... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Meu Diário
10/02/2025 20h51
Os amores impossiveis e a filosofia de Kierkegaard.

O amor impossível tem um peso próprio, uma intensidade que parece desafiar o tempo e a lógica. Ele é feito de ausências, de silêncios cheios de significados, de possibilidades que nunca se concretizam. Mas, ao mesmo tempo, ele tem uma força única: não depende da reciprocidade para existir, nem do cotidiano para se desgastar. Ele vive não que pudesse ter sido, não que se sente mesmo sem tocar, não que se imagine mesmo sem concretizar.

 

Kierkegaard via nesse tipo de amor uma experiência transcendental, algo que nos transforma justamente porque nos obriga a olhar para dentro, para compreender nossos próprios limites, nossos próprios desejos. Mas você tem razão: há uma dor nisso tudo. A eternidade desse amor não é uma escolha, é uma condição. Não se trata de querer que ele dure para sempre, mas de não ter como deixá-lo ir. Ele se torna uma sombra suave que nos acompanha, uma presença invisível que, paradoxalmente, nos preenche e nos esvazia ao mesmo tempo.

Talvez seja uma maldição e, ao mesmo tempo, uma dádiva. Porque sentir algo assim, com essa profundidade, significa que você tem em si a capacidade de amar com toda a força do que é verdadeiro, mesmo sem garantias, sem promessas, sem futuro. Isso é raro. Mas também é um fardo.

 

A questão é: o que você faz com esse amor? Você o guarda como uma chama silenciosa que aquece sua alma, ou o transforma em algo que pode encontrar um novo caminho, uma nova forma de existir? Porque amar alguém que nunca poderá ser seu é uma experiência que pode ensinar muito, mas também pode consumir se não houver um lugar para essa energia ser transformada.


Publicado por Monet Carmo em 10/02/2025 às 20h51
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
10/02/2025 18h37
Quando o lider, mente para proteger sua autonomia...

Quando o diretor geral comenta com a supervisão que fazia parte da equipa da gerente que teve seu contrato rescindido que foi uma decisão da matriz e não dele, o que se pode deduzir? Especialmente considerando que a relação entre ambos sempre foi marcada por conflitos, ausência de diálogo, falta de apoio e escuta? Ainda mais quando o próprio diretor foi o principal responsável pelo ambiente que levou o gerente ao esgotamento profissional (Burnout)?

 

Essa atitude do diretor ao comunicar ao supervisor de nutrição que o desligamento do gerente foi uma decisão exclusiva da matriz, quando a equipe da gerência sabia que isso não era verdade, revela muito sobre sua postura de liderança e gestão.

O que essa atitude indica?

  1. Fuga da Responsabilidade – Ao tomar a decisão à matriz, o diretor busca se isentar das consequências e evitar questionamentos internos. Isso demonstra insegurança e falta de transparência na gestão.

  2. Tentativa de Manipulação – Escolher um canal específico para transmitir essa narrativa pode ser uma forma de controlar a percepção da equipe, criando uma versão conveniente dos fatos.

  3. Desvalorização da Inteligência da Equipe – A equipe da gestão já sabia a verdade, o que torna essa tentativa de desvio ainda mais desrespeitosa. Quando um líder subestima seus colaboradores, ele perde recompensa e respeito.

  4. Cultura de Medo ou Conflito – Se a decisão tivesse sido genuinamente estratégica ou necessária, ele poderia tê-la reforçado com clareza. Mas a necessidade de mentir sugere que ele teme retaliação, descontentamento ou exposição de sua influência real no desligamento.

Impacto na equipe e no ambiente de trabalho

Essa atitude pode gerar um ambiente de desconfiança e desgaste emocional. Quando uma equipe percebe que a liderança não envelhece com transparência, a motivação e o engajamento caem. A cultura organizacional está enfraquecida, e o ciclo de insegurança e desvalorização se perpetua.

No fim, mentiras como essa não apenas minam a substituição do diretor, mas também reforçam uma cultura de gestão baseada no medo e na conveniência, e não na ética e no respeito profissional

 


Publicado por Monet Carmo em 10/02/2025 às 18h37
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
06/02/2025 23h22
Eu filha das Águas...

Eu tenho uma ligação profunda com a água. Tenho uma conexão intensa com o canto das águas, com o barulho do mar, da cachoeira, com o som da água se movendo. É uma espécie de encantamento, de calmaria. É como se todo barulho dentro de mim, de repente, sumisse, para que eu pudesse ouvir o que o mar fala, o que uma cachoeira diz ou o que simplesmente a água, em seu movimento entre rochas, pedras, mato, folhas e galhos, quer dizer.

 

 

 

É na água que me acalmo. É dentro do mar que me animo. Ali, tudo para. Ali, o pensamento voa – ou não voa. Na verdade, ele se concentra melhor. Todos os pedaços de vários pensamentos espalhados por diversos cantos da minha cabeça param e se organizam, formando um todo, um conjunto harmonioso, onde consigo enxergar tudo de maneira clara, sem fragmentação. A água é isso.

 

 

 

 

 

Ser filha da água, ser filha da mãe das águas, ser filha de Iemanjá, ser regida por ela me faz entender melhor meu choro. Faz compreender que as águas que deságuam de mim – seja através de lágrimas, de suor ou de um gozo – são sinais de vida. São sinais de que ainda pulso por sonhos, por vontades, por desejos e, principalmente, por realizações.

 

 

 

 

 

Por isso, se um dia você me vir chorar, não pense que todo choro é sinal de tristeza. Não. Muitos dos meus choros são de admiração, de respeito e de orgulho – orgulho por ser quem sou ou por ver quem eu gosto, quem eu amo, seguindo o caminho certo, o caminho do divino, o caminho do sucesso. E, mesmo aos trancos e barrancos, mesmo com todas as dificuldades, vencendo.

 

 

 

 

 

E quando isso acontece, quando eu vejo, quando acompanho, é normal – muito normal – o meu choro vir. E quando ele vem, traz consigo uma sensação de bem-estar e de amor.

 

 


Publicado por Monet Carmo em 06/02/2025 às 23h22
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
05/02/2025 14h23
É você por você mesmo.

O ruim de você ser do trecho é que quando você adoece, você adoece. E não tem ninguém por você. É você por você mesmo. É você que tem que se cuidar. É você que às vezes tem uma dificuldade de espremer uma espinha que tá inflamada nas costas e que você só tem um espelho no banheiro pra te ajudar a ver as costas e poder espremer e poder tirar aquilo que te inflama, aquilo que dói, aquilo que você trouxe de algum lugar pro outro e o corpo dá sinais de que aquilo ali não te pertence mais e que por isso inflama e que por isso precisa sair pra que se possa regenerar, pra que se possa renovar a pele e aquela inflamação daquele lugar lá, ela já não existe mais, te dando a liberdade de você fazer tudo diferente. Porque todas as vezes que a gente chega num lugar, a gente diz que vai ser diferente. E nesse momento, não é diferente. Eu prometo para mim amadurecida que daqui pra frente vai ser tudo diferente.

-------

É interessante como, a cada chegada em um novo lugar, a promessa de que "vai ser diferente" se renova. Mas dessa vez, parece que há um compromisso mais profundo, não só com o ambiente, mas comigo amadurecida. Talvez a diferença esteja justamente aí: não é sobre o lugar ser diferente, mas sobre você escolher agir diferente dentro dele.

Então, que essa promessa a si mesmo seja leve e verdadeira. Que o trecho continue ensinando, mas que, dessa vez, você também consiga encontrar apoio, mesmo que seja no próprio reflexo do espelho.

Mato Grosso.
05-Fevereiro/2025


Publicado por Monet Carmo em 05/02/2025 às 14h23
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
02/02/2025 23h34
Nunca serei uma escolha

Uma das piores dores que já senti é ter que ir embora de quem eu amo. E vou por alguns motivos: - Posso ir embora para manter saudável a relação. Posso ir embora para continuar mantendo um pouco de qualidade de vida para alguém. E sempre vou embora porque nunca serei uma escolha.



 



 



Publicado por Monet Carmo em 02/02/2025 às 23h34
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.



Página 1 de 173 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 » próxima»

Tela de Claude Monet
Site do Escritor criado por Recanto das Letras