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"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Meu Diário
18/07/2022 21h00
A loucura de Santa Teresa

Santa Teresa D’Ávila (1515-1582), a primeira mulher Doutora da Igreja, relatou em seus escritos uma das experiências místicas que marcou profundamente seu coração. Este fato foi tão impactante que a levou a fazer um voto especial a Deus que a impulsionou em suas reformas, fundações e caminho de santidade.



 



A santa e escritora mística conta que certa vez viu á sua esquerda um anjo em forma humana. Era de baixa estatura e muito belo, seu rosto reluzia e deduziu que devia ser um querubim, um dos anjos de mais alto grau.



 



“Vi que trazia nas mãos um comprido dardo de ouro, em cuja ponta de ferro julguei que havia um pouco de fogo. Eu tinha a impressão de que ele me perfurava o coração com o dardo algumas vezes, atingindo-me as entranhas. Quando o tirava, parecia-me que as entranhas eram retiradas, e eu ficava toda abrasada num imenso amor de Deus”, descreveu Santa Teresa.



 



“A dor era tão grande que eu soltava gemidos, e era tão excessiva a suavidade produzida por essa dor imensa que a alma não desejava que tivesse fim nem se contentava senão com a presença de Deus”.



 



“Não se trata de dor corporal; é espiritual, se bem que o corpo também participe, às vezes muito. É um contato tão suave entre a alma e Deus que suplico à Sua bondade que dê essa experiência a quem pensar que minto”, explicou a Doutora da Igreja (O Livro da Vida 29,13).



 



Este tipo de vivência espiritual é chamado na Igreja como “transverberação”, que é a experiência mística de ser transpassado no coração causando uma grande ferida.



 



Mais tarde, buscando responder a este presente divino, Santa Teresa fez o voto de fazer sempre o que lhe parecesse mais perfeito e agradável a Deus. Foi assim que no resto de sua vida, a reformadora e fundadora carmelita se esforçou por cumprir perfeitamente este juramento.



 



Quando a santa partiu para a Casa do Pai, a autópsia revelou que no coração de Santa Teresa estava a cicatriz de uma grande e profunda ferida. Na família carmelita, a festa da “transverberação” de Santa Teresa de Jesus é celebrada no dia 26 de agosto.



 



 



Publicado por Monet Carmo em 18/07/2022 às 21h00
 
03/07/2022 19h52
Cem Anos de Solidão (Livro de Gabriel Garcia Marques)

Gabriel Garcia Marques, escritor colombiano, nobel de literatura em 1982, conseguiu produzir esta verdadeira obra de arte, publicada em 1967, me reservo o direito de comparar a 9° Sinfonia de Beethoven e a Monalisa de Leonardo da Vinci.

 

Genialidade é o que leva uma pessoa a ter inspiração e criatividade para escrever um livro como este.

 

Considerado o pai do realismo mágico, uma corrente literária que se caracteriza pela descrição de enredos em que coisas mágicas e mirabolantes acontecem com os personagens.

 

O livro faz alusão a histórias bíblicas, folclóricas, ensinamentos ciganos, politica, religião, alquimia, crendices populares e casamento entre parentes, abusando de metáforas. 

 

Como respeitado ativista político, García Márquez faz menção as guerras civis ocorridas na América Latina, quando narra as 32 rebeliões promovidas pelo General Aureliano e ao massacre das Bananeiras de 1928 onde milhares de trabalhadores foram assassinados.

 

A história conta a saga da família Buendía durante 100 anos, sete gerações, na fictícia cidade de Macondo, fundada por José Arcandio Buendía, com a gênese da cidade e da família desde o inicio até a extinção de tudo.

 

Arcadio e Aureliano Buendia e suas variações de nomes e prenomes são os personagens masculinos da narrativa, homens de personalidade forte, que trazem estampados no rosto um ar de melancolia com olhar solitário carregada durante um século.

 

Já as personagens femininas são mulheres marcantes, com histórias diferentes e nomes distintos nas diversas gerações, que não conseguem serem felizes na plenitude.

 

Na trama tem também personagens emblemáticos e fatos bizarros,

Melquiades o cigano que escreve os pergaminhos que preveem a história da família Buendía. Rebeca que se alimenta de terra, dilúvio de quase 5 anos...

 

Este é o tipo livro que quando acabamos de ler da vontade de começar novamente pois história fica reverberando em nossa cabeça. 

 

É um lindo romance com uma liguagem fácil, em que o autor consegue trabalhar com os personagens no tempo e no espaço, sem se perder na trama, dando inicio e fim a todos envolvidos com uma narrativa que tudo combina e faz sentido.


Publicado por Monet Carmo em 03/07/2022 às 19h52
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