Link, de Antônio Batista.

Nós não precisamos apenas de empregos temporários… precisamos de educação técnica, de universidades fortalecidas, de jovens que possam sonhar em ficar aqui, e não ir embora em busca de oportunidades. O boom pode ser chance, mas não pode ser desculpa para repetir a velha história: riqueza que sai pela porta da frente e pobreza q fica pelas frestas.

O Amapá não é quintal de ninguém. O Norte não é cenário exótico em propaganda. Aqui tem povo q resiste, que enfrenta enchente, que cruza rios, que constrói vida onde muitos só enxergam distância. Esse povo merece ser ouvido e respeitado quando se fala de petróleo, de ouro ou de qualquer riqueza que brote da terra e do mar.

Se for pra extrair, que seja também pra devolver. Se for pra crescer, que seja junto com quem já está aqui há gerações. O futuro não pode ser imposto de fora pra dentro. Ele precisa ser construído com as mãos e as vozes da gente.

O petróleo um dia vai embora… mas o que ele deixar pode nos erguer ou nos afundar. E é por isso q eu digo: que esse boom não seja só mais uma promessa vazia. Que ele seja a oportunidade de escrevermos uma nova história, onde o Norte não seja apenas explorado, mas reconhecido como protagonista de um Brasil que insiste em esquecer suas margens.

Porque nós não somos margem. Nós somos centro de vida, de cultura e de futuro.