Todas as nossas linhas de abastecimento hidráulico e hidrossanitário colapsaram. Mil pessoas dentro do site sem água é mais do que desconforto… é um cenário de risco à saúde, à segurança e à própria continuidade da operação. Banheiros inutilizados, processos paralisados, pessoas expostas.

O que se seguiu foi exaustivo. Buscar carro-pipa para abastecer manualmente as caixas d’água. Correr atrás de empresas especializadas em projeto hidrossanitário… e descobrir que, numa cidade de perfil agropecuário, onde irrigar uma lavoura é abrir uma valeta, encontrar fornecedores realmente capacitados para atender padrões industriais é quase impossível. Não é má vontade… é a realidade de um local de difícil acesso, com logística complexa e barreiras técnicas para atuação em um site de mineração.

Quando falamos de área industrial, falamos de requisitos rigorosos de saúde e segurança, de investimentos altos em maquinário, treinamento e qualificação de pessoas. Nada disso se resolve com improviso barato.

E é aí que entra o ponto central: precisamos de lideranças que compreendam essas prioridades. Facilities não é só suporte… é a base que garante que o resto da engrenagem funcione. Quando não se entende isso, a tomada de decisão fica lenta, o impacto se multiplica e o desgaste recai sobre quem está na ponta.

Eu gosto do que faço justamente porque me preocupo com o bem-estar das pessoas. Mas não é sustentável manter uma operação desse porte sem planejamento robusto, sem visão estratégica e sem apoio decisivo da liderança. O que vivemos hoje não pode ser normalizado… precisa ser entendido como um chamado para mudança."