Eu acredito em Karma.

Mas não esse místico, de corrente de WhatsApp ou castigo de novela…

Eu falo daquele Karma que morde por dentro, que goza tarde, mas goza fundo.

Deixa falarem de ti.

Eles lambem o chão de suas próprias frustrações, e chamam isso de opinião.

Fofoca, amor, é o orgasmo dos infelizes rápido, ruidoso e esquecível.

Se te julgam pelo que tu foi, pelo lugar de onde tu veio, pelo corpo que tu aprendeu a amar deixa.

O Karma tem um prazer quase pornográfico em inverter a lógica dos escrotos.

Ele vem sorrateiro… sem cueca, sem pudor, com cheiro de revanche e saliva quente no pescoço de quem riu cedo demais.

Se te tratam como derrota ambulante, como figurante de uma corrida imaginária, deixa também.

O tempo transa com o silêncio. E quando os dois gozam juntos, é sempre em cima do ego de quem subestimou tua força.

Não te explica.

Não te abaixa.

Quem quer te entender mal,

não merece teu grito

nem teu gemido.

Faz teu trabalho interno.

Encosta no espelho.

Te olha com tesão.

Te cultiva com carinho

até quando tudo em volta

tenta endurecer tua pele.

Porque o teu crescimento

é como prazer bem dado

não precisa ser barulhento

pra ser inesquecível.

Fica firme.

Foca.

Te alinha com o que vibra,

com o que pulsa,

com o que te faz molhar

os olhos e o ventre.

O que vai…

volta.

E às vezes,

volta de quatro,

sussurrando teu nome

com a boca suja

de arrependimento.