Não é no “eu te amo” que meu amor mora.

É quando fecho teus botões com cuidado,

ou quando guardo tua parte do cobertor

mesmo antes de sentir frio.

É quando te escuto sem pressa,

e o mundo pode estar desabando

mas eu sigo ali,

te segurando com os olhos.

Amor não é o grito.

É o sussurro de quem fica.

É saber onde tu dói sem que me contes.

É sentar ao teu lado nos dias mudos

e entender tudo sem que nenhuma palavra escape.

Eu te amo no que não se mostra:

no café que deixo pronto,

na toalha que dobro igual tua mãe fazia,

no silêncio que te deixo ter,

sem te cobrar presença.

E se um dia esqueceres de sorrir,

te prometo lembrar

te lembrar da tua luz,

te lembrar do que és,

te lembrar que aqui ainda existe um lugar inteiro…

pra ti pousar,

sem medo.