"Dulce far Niente"

A doçura de não fazer nada! Sim, nada!!!

Sim, nenhuma reunião, nenhuma pauta, nenhuma lista de pendência... Hoje eu escolhi a minha cama, meus livros, meus seriados bobos, que pra mim não têm nada de bobos... Porque depois de uma semana onde tudo pesou… eu precisava de leveza.

Não leveza no mundo, porque o mundo continua pesado. Mas leveza dentro de mim, no canto onde só eu alcanço.

Hoje, o silêncio me serve mais do que qualquer conversa ensaiada. Mais do que qualquer elogio que vem depois da cobrança. Mais do que qualquer frase de efeito dita por quem nunca agiu com verdade.

Tem gente que fala bonito... Fala sobre saúde mental, sobre empatia, sobre trabalho em equipe...

Mas fala.

E só fala.

E eu sempre achei que quem fala demais sobre coisas que não pratica, tá tentando convencer mais a si do que aos outros.

Porquê falar?! … até papagaio fala.!! (Minha frase preferida nesses últimos dias...)

O que ninguém diz é que saber demais assusta... Que observar demais incomoda...E que quando alguém cai, ou precisa parar, por não aguentar mais o ambiente, sempre tem quem prefira afastar do que assumir responsabilidade.

Porque é mais fácil dizer que a pessoa é fraca… do que admitir que o sistema é doente. Hoje, eu escolhi não ser produtiva... Porque ser produtiva num ambiente que adoece é só mais uma forma de se violentar sorrindo.

Hoje, eu escolhi cuidar de mim.

E isso inclui não me justificar.

Não responder mensagem.

Não fingir que tá tudo bem.

Porque não tá.

E se tu também sente que tá tudo demais, que o cansaço tá nas entranhas, que tua cabeça já não silencia nem quando tu tenta dormir… então talvez tu também precise de um dia de nada.

Um dia pra lembrar que tu não precisa provar nada pra ninguém.

Hoje eu escolhi o nada.

E, curiosamente, foi isso que me fez lembrar de quem eu sou.