... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Se posicionar não é gritar… mas às vezes é tudo que resta

Tem horas em que a gente cansa de explicar com calma.

 

Porque já mostrou os dados.

Já apontou os riscos.

Já avisou com antecedência.

Já escreveu e-mails, chamou pra conversa, tentou resolver.

 

Mas parece que o mundo anda surdo... ou fingindo que não escuta.

 

Se posicionar, em muitos lugares, é como jogar uma garrafa ao mar: tu escreve com verdade, coloca teu coração dentro, lacra com coragem... e espera. Só que a maré não devolve nada. Não há resposta, não há acolhimento, não há mudança. Só o eco do silêncio.

 

E o pior é que ainda dizem que tu és "intensa demais", "exaustiva", "reclamona". Mas ninguém fala da negligência emocional de quem te ignora. Ninguém analisa o impacto de silenciar alguém que só queria ser parte da solução.

 

Se posicionar é uma escolha solitária, mas ética. É recusar fazer parte da plateia que aplaude o erro com medo de perder lugar. É dizer: “isso não está certo”, mesmo quando tu sabes que o preço disso pode ser o isolamento, o cansaço, o descrédito.

 

Não é sobre ego.

É sobre integridade.

 

E quando pedir ajuda vira um grito no vácuo, tu começa a falar com o olhar. Com teu jeito de seguir, mesmo sozinha. Com tuas atitudes que mostram que tu está atenta. Que tu não vai compactuar. Que tu enxerga o que muitos fingem não ver.

 

E mesmo que tu não receba respostas, mesmo que teus alertas sejam ignorados... o mundo te verá de pé. E isso já é revolução.

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 03/07/2025
Alterado em 03/07/2025
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