![]() O dia em que desenharam o silêncioHoje eu vi um fluxograma. Não era de processo, nem de produção... Era um fluxo pra ensinar alguém a comentar nas redes sociais. Isso mesmo. Alguém parou, desenhou, revisou… e publicou. Um mapa de quando a gente pode ou não falar. Um passo a passo do que calar.
E aí eu pensei: Será que a gente chegou num ponto tão raso da conversa, que precisa de diagrama pra ensinar que “não se deve ofender alguém”? Ou será que o problema é mais profundo?
Porque me parece que tem mais gente tentando calar do que aprender a escutar. E o comentário, seja ele útil ou não, é um direito. É a expressão da presença. É o pensamento que transborda. É o que faz da rede… social.
Sim, tem coisa que não se deve dizer. Mas isso se resolve com consciência, não com fluxo. Fofoca? Não precisa de tutorial pra acontecer. O que precisa mesmo, e tá em falta, é respeito.
Respeito por quem pensa diferente. Respeito por quem se posiciona. Respeito até por quem fala torto, mas fala com verdade.
O silêncio não é sempre bonito. Às vezes é omissão. Às vezes é medo. Às vezes é só cansaço de falar e não ser ouvido.
E o mais curioso de tudo... É que, no fim, quem fez o fluxograma, também quis falar. Também quis ser ouvido. Também usou a palavra pra se expressar.
Vai ver, o problema nem é comentar. É lidar com o que o outro sente quando escuta.
E isso, meu amigo… Não tem fluxo que resolva. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 02/07/2025
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