SINDIMIBA

Talvez tu nunca tenha ouvido falar em terras raras. Mas aposto que tu já usou celular hoje. Ou já viu uma TV de tela fina, um carro que não faz barulho, uma turbina de vento girando no meio do mato, ou até um fone de ouvido sem fio.

Pois é. Tudo isso precisa de terras raras pra funcionar.

Terras raras não são ouro nem diamante. São uns pozinhos escondidos dentro da terra, com nomes esquisitos, que servem pra fazer coisas modernas. Só que tem um detalhe: o mundo inteiro quer, mas só alguns países têm.

E sabe o que é mais doido? O Brasil é um dos países mais ricos nisso… mas a gente nem fala sobre isso. Nem ensina nas escolas, nem aparece no jornal.

A China manda na maior parte da produção dessas terras raras. Ela já entendeu que quem tem esses minérios, tem poder. Pode fabricar tecnologia, vender mais caro, ou até parar de vender quando quiser.

E o Brasil?

Ainda tá vendendo a matéria-prima baratinha, e comprando de volta o produto pronto, caro, que a gente mesmo podia fazer aqui.

Tem cidade pequena com terra cheia de riqueza, e o povo passando aperto, sem água boa, sem escola decente, sem hospital.

Em Goiás, por exemplo, tem um lugar chamado Serra Verde, que já começou a produzir terras raras. Mas quase ninguém sabe o que acontece lá dentro. Em Minas Gerais tem muito também. E no Pará, lá no meio da floresta, tem gente dizendo que também tem. Só que onde tem minério… também pode ter problema. Porque pra tirar essas terras raras do chão, usa produto químico forte, tem risco de poluir rio, acabar com nascente, doer nas costas de quem carrega o peso. E quem é que cuida disso? Quem é que fiscaliza?

É sempre assim: o Brasil tem a riqueza…

Mas quem enriquece são os outros.

O pior é que isso tudo pode mudar o mundo: os carros vão deixar de usar gasolina, os celulares vão ficar cada vez mais modernos, e o planeta quer energia limpa e tudo isso precisa dessas terras raras. Ou seja: tem futuro enterrado debaixo do nosso pé. Mas se a gente não acordar… vão levar embora e deixar só buraco.

A pergunta é:

Vamos continuar deixando os outros decidirem o que fazer com o que é nosso? Ou vamos aprender, cuidar, e fazer a riqueza ficar aqui, pro povo, pra cidade, pra escola, pro hospital?

Terras raras não são só pó.

São uma chance de fazer diferente.

De deixar de ser colônia.

E virar dono do próprio destino.