![]() Te confesso uma coisa…por muito tempo, eu só existi. Fiz tudo como mandava o script: fui forte, fui certa, fui útil. Fui o que esperavam. Mas no fundo… tinha um "eu" que gritava.
Uma ser que queria correr por campos sem nome, com os pés descalços, com o cabelo bagunçado pelo vento, e o riso solto de quem não deve nada a ninguém.
Essa mulher morava em mim. Sempre morou. Mas eu empurrei ela pra dentro porque a vida cobra boletos, postura e silêncio.
Hoje eu sei. Eu nunca fui feita pra me encaixar. Eu sou vento. Sou leve, sou selvagem, sou amor em estado bruto. Não sou manual de instrução. Sou estrada sem placa, sou verdade que não se curva.
Demorei anos pra entender que liberdade não é ausência de grito, é presença de alma. Que leveza não é falta de peso, é saber o que deixar ir. E que amar não é se perder no outro, é se encontrar até transbordar.
Hoje eu olho no espelho e vejo aquela criança que escondi.
Ela dança. Ela vive. Ela voltou. E ela sou eu.
Insanamente amável, intensamente minha. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 14/06/2025
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