... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Soneto da Ironia que Pensa - Søren Kierkegaard 

 

Nem toda ironia é riso de escárnio,

às vezes é abrigo de quem sente demais.

É corte elegante, sutil, quase diário,

que diz verdades onde o silêncio é incapaz.

 

Não é desprezo — é forma de defesa,

é jeito torto de quem quer se explicar.

Finge que ri, mas guarda a incerteza

de quem entendeu tudo… e cansou de lutar.

 

Kierkegaard sabia: esse riso afiado

não salva por si só — é só começo.

É faca que exige punho enraizado.

 

Usada com verdade, tem apreço.

Mas quando serve só pra estar calado,

ela te esvazia, sem dar endereço.

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 05/06/2025
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