![]() O veneno vêm com cobertura...Tem gente morrendo no Brasil depois de aceitar um bolo... Um doce...Uma gentileza?! Morrendo depois de abrir a porta... Morrendo por confiar.
Bolos entregues por motoboys, comidas enviadas por aplicativos, por rostos que não se mostram, por intenções que não se revelam; até que seja tarde demais.
E a pergunta que fica é essa: até onde vai o ódio disfarçado de presente?
Na maioria das vezes, esse veneno vem embrulhado em mágoa mal resolvida, numa fé torta, num amor rejeitado. É o ex de alguém. A ex de alguém. A raiva de alguém... Alguém que se incomoda só porque vc ousou existir diferente. Alguém que te olha como ameaça, quando tudo o que vc tem é leveza, simplicidade e respeito pelo outro; esse outro que já nem sabe mais ser humano.
Hoje, o estranho que sorri pode ser o mesmo que mistura veneno com cobertura de chocolate... E dói dizer isso. Dói admitir que a gente já não sabe mais onde termina o gesto bonito e começa a maldade disfarçada... Dói duvidar de uma gentileza, mas é o que o mundo tá obrigando a gente a fazer.
A gente bloqueia alguém, e o outro responde como se tivesse perdido um pedaço da alma.
E de certo modo, perdeu: perdeu o limite. Perdeu a chance de amadurecer. E a essência, quando ainda não cresceu, vira isso... Uma coisa rasteira, egoísta, vingativa. Tem gente que, ao se sentir rejeitada, não sente tristeza... sente sede de destruição.
E aí, eu me pergunto em silêncio: Quantos bolos envenenados já me deram sem que eu soubesse? Quantos eu aceitei com fome de afeto, com sede de pertencimento, e só percebi o gosto amargo depois que engoli?
Quantos sorrisos me feriram mais do que palavras duras? Quantas gentilezas vieram carregadas de segundas intenções, dessas que adoecem por dentro?
É estranho viver num tempo em que amar, confiar e aceitar um doce virou um ato de risco... É triste perceber que o perigo não é mais a bala perdida. É o carinho falso. É o agrado armado. É o gosto bom que te engana e mata devagar.
São dias difíceis... Dias em que a gente só sobrevive porque aprendeu a recusar convites doces demais. Porque, às vezes, amar a si mesmo é dizer não — mesmo quando tudo em nós implora por um sim. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 03/06/2025
Alterado em 03/06/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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