![]() “Chegando aos 50: A geração que sobreviveu ao invisível”Hoje, eu quero falar sobre nós. Sobre essa geração que chegou ou esta chegando aos 50 com mais cicatrizes do que medalhas. Sobre uma geração que cresceu acreditando que silêncio era maturidade, que engolir o choro era sinal de força, e que viver era suportar — não experimentar.
A verdade é que muitos de nós passamos décadas em modo de sobrevivência. Fizemos o que precisava ser feito. Engolimos a dor com o café da manhã, vestimos a armadura e fomos para o mundo. Carregamos responsabilidades que não escolhemos, sustos que não merecíamos e pesos que ninguém viu — porque aprendemos a não demonstrar. A vida não nos ensinou a descansar. Ela nos treinou a aguentar.
Aos quase 50, olhamos para trás e percebemos: sobrevivemos. Mas a que custo?
Quantos de nós passamos anos apenas atravessando os dias, e não realmente vivendo? Quantos acordaram com a pergunta silenciosa: “Será que hoje vai ser diferente?” E seguimos mesmo sem saber a resposta — exaustos, mas seguindo.
Essa é uma geração que segurou o mundo nos ombros, sem manual, sem terapia, sem rede de apoio. Fizemos o melhor que podíamos com o pouco que tínhamos. E agora, ao alcançar essa idade simbólica, surge uma nova pergunta: será que ainda dá tempo de viver de verdade?
E eu digo: dá, sim.
Porque mesmo com tudo isso, ainda existe em nós uma centelha que não se apagou. Ainda há uma parte que acredita. Que quer mais do que apenas resistir. Que deseja respirar fundo sem a culpa de não estar produzindo. Que quer paz, e não apenas intervalos entre os conflitos.
Aos 40+6... hahaha, não estamos mais interessados em performances. Queremos presença. Não queremos mais provar nada a ninguém. Queremos nos reconectar com o que nos move. Queremos amar com verdade, rir com vontade e descansar com permissão.
E acima de tudo: queremos parar de sobreviver — para, finalmente, viver.
Por isso, esse é um chamado. Um convite para nós que viemos de uma geração que aprendeu a se calar: é hora de escutar a própria alma. É hora de dizer que estamos cansados, sim. Mas também vivos. E por isso, ainda há tempo.
Tempo de recomeçar. Tempo de mudar o ritmo. Tempo de voltar para casa — em nós mesmos. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 24/05/2025
Alterado em 24/05/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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