![]() Deixa eu te beijar, mas não com amor! [Carta que não se envia, só se crava]
Deixa eu te beijar, mas não com amor. Amor é para quem teme a própria fome... E eu não tenho medo de te devorar inteiro.
Quero tua boca como oferenda, teu orgulho sob os meus joelhos, teu nome dito baixo, com ódio e tesão, enquanto a minha língua reza sobre tua pele orações que nem Deus aceitaria.
Te escrever com a boca no teu ventre. Te punir com a sede que guardo nas coxas. Te fazer esquecer a mulher que te espera em casa... porque nenhuma mulher vai te possuir como eu. Nenhuma vai te arder do avesso, sem vergonha, sem censura, sem piedade.
Tu achas mesmo que manda em algo? Não, amor... Quando estou em ti, sou tua cruz e tua salvação. Sou pecado antigo, gozo de eras, veneno de mulher que sabe o que quer e quer te ver implorando com os olhos...
Te amar? Não. Eu te engulo. Te mastigo por dentro. Te marco como fera. Quero tua covardia nas mãos. Quero teu gemido abafado na minha garganta. Quero tua alma... suada, arrependida e entregue.
E quando tu pensar em fugir, vou rir. Porque tua fuga já é minha. Porque tua culpa já me pertence. Porque, no fundo, tu sempre soube: ninguém beija como eu… e ninguém fere tão doce.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 18/05/2025
Alterado em 18/05/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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