A gente vive cobrando evolução dos outros, mas raramente dá espaço pra que ela aconteça de fato. Julgar alguém pelo passado virou esporte: rápido, fácil e confortável. Mas a verdade é que ninguém vira outra pessoa da noite pro dia — e mesmo quando vira, sempre tem alguém disposto a lembrar o que ela já foi.

Só que o passado não é sentença. É só o lugar de onde a pessoa veio — não onde ela está agora. Errar, mentir, fugir, se perder... todo mundo já fez isso em algum nível. A diferença é que nem todo mundo foi pego, ou julgado por isso.

O problema é que a gente exige do outro uma mudança que nem sempre tá pronto pra enxergar. Porque ver a mudança no outro obriga a gente a repensar a nossa própria rigidez. E aí, é mais fácil manter a pessoa presa à versão que convém: aquela que confirma o nosso julgamento.

Mas crescer dói.

Mudar assusta.

E perdoar, principalmente, exige um tipo de coragem que nem todo mundo tá disposto a ter.

Se você não é capaz de aceitar que alguém mudou, talvez o problema não seja o passado dela... seja o presente em que você insiste em ignorar.