... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Durante um bom tempo... eu acreditei que amar era se oferecer inteiro...

meia alma já não servia... era o tudo ou nada.

 

Entreguei tempo, cuidado, presença... como se isso bastasse pra ser visto, pra ser sentido. Mas não é bem assim.

 

Com o tempo e com silêncio; entendi uma coisa difícil de aceitar:

nascemos sós... e vamos morrer assim também. Não no sentido de solidão, mas de inteireza...

 

A primeira respiração... ninguém dá por nós. A luz forte do nascimento... só a gente enxerga. A dor de existir... só a gente sente.

 

E o outro? O outro pode até tentar entender... pode até se comover...

mas sentir, de verdade... só a gente sente.

 

Jung dizia que "solidão não é a ausência de pessoas, mas o fato de que ninguém pode experimentar o mundo do mesmo modo q vc."

E é isso.

 

A gente passa uma vida tentando ser compreendido... quando, na verdade, o que a gente mais precisa... é se acolher.

 

Hoje... eu aprendi a gostar do meu próprio silêncio. A companhia mais honesta que já tive foi a minha.

 

E amar o outro... só faz sentido quando esse amor não exige o meu sumiço...

quando eu não preciso deixar de me ouvir pra poder escutar o outro.

 

Relações humanas só se tornam eternas quando um respeita o sentir do outro...

porque, no fundo... ninguém sente o que o outro sente.

 

O outro...

só sente a si mesmo.

 

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 15/05/2025
Alterado em 15/05/2025


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