![]() Quando os bons se vão, o silêncio pesa mais...Não é só a morte de Divaldo Franco (1927 - 2025 ou ao infinito) que chega... é o eco do que ele representou que agora começa a doer...
Um homens que, mesmo em silêncio, gritavam verdades... Sua fala mansa, quase sempre serena demais para os tempos ruidosos que vivemos, era ao mesmo tempo consolo... e um chamado à consciência... Com ele, o espiritismo brasileiro ganhou não apenas um porta-voz, mas uma alma viva que caminhava entre o suor da caridade e a densidade do pensamento moral...
Foram mais de 250 livros... histórias que ele dizia receber... não escrever... Psicografias de uma lucidez tão absurdamente límpida que até os mais céticos, em algum momento, se inclinaram... Não pela fé... mas pela beleza... Títulos como “O Semeador de Estrelas”, “Amor, imbatível amor”, “Jesus e Atualidade”... Divaldo não escrevia para convencer... escrevia para consolar... e isso, talvez, o tornasse ainda mais poderoso...
Ao lado de Chico Xavier, construiu uma ponte de afeto entre o mundo dos vivos e o dos que partiram... Mas ao contrário de Chico, que preferia os bastidores da fé... Divaldo enfrentou palcos, microfones, auditórios lotados... Falou na ONU... percorreu países... abraçou crianças... e construiu, com suas mãos — e as de muitos que se uniram a ele — a Mansão do Caminho... Um nome bonito, que parece nome de poesia... mas que abrigava gente de verdade, com fome, com dor, com sonhos...
Nem tudo foram flores... e ele sabia disso... Carregou críticas, inclusive de dentro... O espiritismo, como qualquer doutrina viva, também tem seus conflitos... Muitos o achavam grandioso demais... midiático demais... Diziam que seu estilo era moderno demais pra uma fé tão centrada... Mas ele seguia... sem se defender... Talvez por já saber que os ruídos das críticas são passageiros... e o serviço ao outro, não...
Divaldo nos ensinou que a fé não mora em templos de mármore... mas na escuta atenta a uma criança órfã... Que espiritualidade não é ritual... é prática... Que a vida após a morte pode até existir... mas o que mais importa... é a vida antes dela...
E agora ele se foi... como têm ido tantos... O mundo anda esvaziado dos bons... Dos que não buscam aplausos, mas coerência... Dos que não transformam saber em vaidade... mas em doação...
Se há céu, plano espiritual, ou qualquer nome que se queira dar... que seja digno dele... E se não houver... que reste entre nós o que ele deixou... livros, falas, histórias... e principalmente... o exemplo...
Porque quando os bons se vão... o mundo não escurece... ele apenas fica mais quieto... E a gente sente, no peito... o peso do que ainda falta aprender... Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 13/05/2025
Alterado em 13/05/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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