![]() Tem coisa que a gente sabe, mas finge esquecer. Tipo a frase que me pegou esses dias: "Quando alguém está se afogando, não é o melhor momento pra ensiná-lo a nadar."
Simples, direta... e dolorosa. Porque parece que hoje em dia a gente anda fazendo o contrário — tentando ensinar respiração consciente pra quem tá sem ar, indicando livro de autoajuda pra quem só queria um copo d’água, exigindo produtividade de quem nem sabe mais onde está pisando.
Viramos especialistas em oferecer solução pra quem só precisava de colo.
Nietzsche falava sobre o abismo. Foucault sobre o controle disfarçado de cuidado. E Byung-Chul Han grita, entrelinhas, que estamos doentes — exaustos de nós mesmos, dessa exigência constante de performance até na dor.
Mas quem está disposto a ouvir?
O cara da recepção que sorri enquanto desmorona por dentro. A mulher da limpeza que já chegou chorando, mas ninguém percebe. O técnico que tá errando não porque é relapso — mas porque já passou do limite.
E a gente, em vez de puxar pra cima, entrega um "você precisa melhorar".
Melhorar?
Talvez a gente precise, antes, aprender a parar. Parar de apontar. Parar de corrigir enquanto o outro ainda tá tentando sobreviver.
É isso: tem hora que o mais humano que se pode fazer... é só segurar a mão. Nem todo mundo precisa de um manual. Às vezes, só precisa de alguém que diga: tô aqui.
Depois, quem sabe, ele aprenda a nadar. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 09/05/2025
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