Nem Todo Eco Merece Resposta

Cheguei naquele ponto onde o silêncio não é mais passividade. É escolha. É limite. É um grito abafado de quem já cansou de discutir com quem não quer compreender — só vencer.

Tem gente que não está interessada em trocar ideia, só em sair por cima. E eu já me desgastava tentando explicar o óbvio, achando que talvez, com calma, a pessoa percebesse. Tolice minha. Hoje, se alguém quer se fazer de sabichão pra inflar o próprio ego vazio, eu deixo. Faço isso mesmo sabendo que está redondamente enganado. Mas quem sou eu pra interferir no show que o outro encena pra si mesmo?

A real é que a maioria das discussões não tem a ver com verdade. Tem a ver com carência. Com ego ferido. Com gente que nunca foi escutada e agora quer impor voz a qualquer custo. É exaustivo. E eu me recuso a seguir nesse ciclo. Não por fraqueza, mas porque descobri que há força em saber onde não vale a pena gastar nem um sopro da minha energia.

Às vezes é irritante ver alguém tão certo de si, sem ter lastro nenhum pra isso. É como observar uma criança gritando do fundo do poço, achando que chegou ao topo da montanha. E a vontade que dá é de jogar uma corda. Mas aprendi que, se a pessoa não quer sair de lá, você só desperdiça sua escada.

Então eu sigo. Mais em paz. Mais seletiva. Mais dura, talvez. Mas inteira. Porque o amor que me faz ficar não é o que preciso provar — é o que me permite ir embora sem precisar vencer.

Sem precisar ser ouvida por quem só ouve a si mesmo.