![]() O amor não mora em marmitas frias nem em silêncios justificados pelo cansaço.Estar com um homem trabalhador não é para todas — e ainda bem. Algumas nasceram para colher flores. Outras, para incendiar os campos.
Enquanto muitas sonham com estabilidade, eu aprendi com Anaïs Nin que: “o amor nunca morre de fome, mas sim de indigestão”. E há amores que sufocam de tanto serem úteis.
Ser parceira de um homem que vive para o trabalho é, sim, uma escolha... Mas não me venha com esse romantismo exausto travestido de heroísmo.
Ele acorda cedo, volta tarde, mal olha nos meus olhos — e ainda dizem que isso é amor?
Amor é presença. É toque. É troca. Como disse Camille Paglia, “a mulher que não exige prazer é cúmplice da própria ausência”.
Sim, ele pode me amar com as mãos calejadas, mas eu exijo que saiba me tocar com a alma. Não quero um provedor. Quero um cúmplice de delírios. Um amante de fôlego longo. Alguém que me veja com fome e não me ofereça apenas descanso.
Não sou mulher para ser deixada de lado no sofá... enquanto ele sonha com o futuro. Meu corpo é agora. Meus desejos não têm turno. Não batem ponto.
Que os bravos homens trabalhadores sejam exaltados, claro... Mas que nunca esqueçam: uma mulher que conhece o próprio valor não espera, não se conforma, não se contenta com metades.
Porque no fim, como diria Salomé — quando não me dão o que mereço, eu danço... e tomo.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 04/05/2025
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