... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Ele poderia ter escolhido a imponência.
Poderia ter se cercado de paredes douradas, de tronos intocáveis, de corredores onde poucos ousariam passar sem se curvar. - Mas não. Ele escolheu a simplicidade. Escolheu o caminhar próximo, o olhar direto, o peso leve dos que carregam muito — mas sabem que nada possuem de verdade.

 

O Papa Francisco nunca falou diretamente sobre empresas. - Mas, sem perceber, ele ensinou mais sobre liderança do que muitos manuais de gestão juntos. Nas organizações de hoje, tão obcecadas por metas, lucro e escalabilidade, sua mensagem soa como um sussurro incômodo:


Liderar é servir. Crescer é cuidar.

Evoluir é ter coragem de mudar,

mesmo quando mudar significa abrir mão do que nos fazia sentir seguros.

 

Num mundo onde ainda se mede sucesso pelo tamanho da mesa ou pelo valor do bônus anual, Francisco ensina que o verdadeiro líder é aquele que entende que pessoas não são recursos, são histórias. São vidas que se entrelaçam com outras vidas, formando aquilo que chamamos, de forma meio fria, de "cultura organizacional".

 

Francisco não fala de processos. - Ele fala de propósitos.
Ele não exige inovação a qualquer custo. - Ele pede responsabilidade... como quem entende que inovar sem consciência é construir castelos de areia.

 

E no fundo, é isso que muitas empresas esquecem:


Que sem história não há futuro.
Que sem respeito, não há transformação verdadeira.
Que sem cuidar do solo, a semente da mudança não floresce — por mais modernas que sejam as estufas.

O mercado gosta de correr.


Francisco, com seus passos lentos e firmes, lembra que quem corre demais pode esquecer para onde estava indo.

Hoje, enquanto algumas organizações ainda tentam decidir se a segurança vale mais que a produtividade, ou se a ética cabe nos indicadores trimestrais, ele segue — de sandálias, humilde — apontando para um futuro que não se constrói com pressa nem com força bruta.

 

Constrói-se com humanidade. - Porque, no fim, quem lidera para ser servido cria impérios frágeis.
Mas quem lidera para servir constrói pontes que resistem ao tempo.

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 27/04/2025
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