E se a alma da Igreja estiver indo embora com ele?

Hoje eu amanheci com a sensação de que algo muito maior do que a morte aconteceu. A partida do Papa Francisco não é só a despedida de um homem. É um silêncio que chega devagar… e se espalha como luto pelo que ele representava.

Francisco era um corpo estranho dentro de uma estrutura que sempre resistiu a mudanças. E mesmo assim, permaneceu.

Permaneceu sendo ponte... sendo margem.

Ele não nos salvou da Igreja, mas salvou a Igreja de si mesma… por um tempo.

Num mundo sufocado por extremismos e dogmas que alimentam ódio, ele escolheu o caminho da escuta. Enquanto líderes se escondem atrás de discursos, ele ia até o chão da pobreza. Enquanto a maioria ainda acredita que o poder vem do alto, ele nos lembrava que a autoridade de verdade nasce debaixo… da terra, da dor, da vida real.

Abençoou casais homoafetivos. E Enfrentou a hipocrisia dos que se diziam santos mas acobertavam abusos... Nomeou mulheres.... Falou de amor, mas também de Palestina, de capitalismo, de fome. E por tudo isso… incomodou.

Francisco foi o sucessor real de João Paulo II. Não pela continuidade de poder, mas pela continuidade de coragem!. Coragem de não servir ao medo, a Coragem de transformar o altar em abrigo, e não em pedestal.

E é por isso que eu temo.

Temo não pelo seu descanso — mas pelo que vem depois. Temo pelos corredores do Vaticano onde a política fala mais alto que o evangelho. Temo pelos que já estão esfregando as mãos para restaurar uma “ordem” que exclui, que julga, que castiga. Temo que a alma da Igreja tenha ido com ele…

E o que fique seja só a casca — com ritos vazios, pompas opacas, e silêncios cúmplices.

Francisco não era perfeito. Mas era necessário! E agora… ?!

necessário é o nosso grito.!

Porque se a fé perder o amor… sobra só poder. Se a religião perder a compaixão… vira arma. Se a Igreja perder gente como ele… vira palácio de mármore com portas fechadas para o povo.

Hoje o mundo está de luto. Mas mais do que isso… estamos vigilante.

Porque não basta chorar por Francisco.

É preciso continuar o que ele começou.

É preciso amar como ele amou — com firmeza, com ternura, com posicionamento! É preciso não calar… diante dos que querem enterrar junto com ele tudo o que ele ousou abrir.

Talvez e acredito nesss talvez e se Deus quiser… A Igreja continue no caminho de ser casa ao invés de trono.