E se eu não tivesse vindo?

Tem dias que essa pergunta me cutuca baixinho, como quem não quer incomodar, mas incomoda… Será que eu fiz a escolha certa? Será que deixar Parauapebas/Pa deixar o Hospital deixar aquilo que inclusive ainda não era visível?

Mas aí eu respiro fundo.

Lembro do peso que carregava no peito por trabalhar num lugar onde a competência era vista com desconfiança e a liderança confundia poder com vaidade. Lembro da sensação de estar cercada de gente que falava de gestão sem nunca ter pisado num corredor limpo às 5h da manhã, ou enfrentado um dia de pane elétrica rezando para o gerador aguentar. Lembro do meu nome sendo omitido das conquistas, mas lembrado nos erros que nem eram meus.

E hoje? Hoje eu tenho sono, sim. Tenho cansaço, claro. Mas é outro tipo. É aquele cansaço bom, de quem anda construindo com propósito. NX-MT não é só um nome bonito. É um recomeço. Aqui, eu encontrei uma coisa rara: espaço. Respeito. Alinhamento com aquilo que sou. Aqui, o que eu falo ecoa. O que eu entrego é reconhecido. E o que eu sinto não é descartado.

Então não, eu não voltaria atrás. Porque mesmo que eu ainda tenha dúvidas — e terei —, uma certeza eu carrego comigo: foi só saindo de lá que eu voltei a ser eu.

E isso, por si só, já vale tudo.