![]() Carta que nunca vou te enviar
Eu pensei em você hoje. De novo. E antes que você ache que isso é mais uma tentativa de te fazer voltar, já te digo: não é.
Eu só queria escrever pra tirar esse peso do peito… porque por mais que eu tenha tentado me enganar, fingir que era suficiente, fingir que aquilo que você me dava já bastava — a verdade é que nunca bastou. Você sabia disso. Sabia e, mesmo assim, preferiu continuar me servindo doses homeopáticas de presença, como se eu devesse ser grata pelas migalhas que caíam da sua mesa.
Te esperei em tantos feriados, em tantos “quem sabe um dia”, em tantos silêncios que gritavam mais do que qualquer palavra. Te esperei porque a parte de mim que ama ainda acreditava que, em algum momento, você me veria. De verdade. Mas você nunca viu. Ou viu, e escolheu fingir que não.
Eu sempre soube que entre mim e a vida que você construiu, eu seria a pausa, o escape, o corpo que te acolhe quando tudo lá fora pesa. Mas eu não sou só isso. Eu sou feita de sentimento, de presença, de entrega. Eu mereço ser prioridade. E não encaixe. Mereço ser o destino — e não o desvio.
Hoje, escrever isso é como finalmente dizer a mim mesma que chega. Chega de esperar ser escolhida por alguém que nunca teve dúvida de que não escolheria. Chega de alimentar esperança onde só existe conforto momentâneo. Chega de me colocar em segundo plano pra caber em uma história onde eu nunca tive espaço de verdade.
Não vou mais pedir que você venha. Nem desejar. Nem torcer. Porque eu mereço mais. E, principalmente, eu mereço paz.
Essa carta não é pra te tocar. É pra me libertar.
E mesmo que você nunca leia… eu finalmente me ouvi. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 07/04/2025
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