![]() A artede não devolver o grito
Tem gente que não suporta ser ignorada. Não por causa do silêncio em si, mas porque ele revela aquilo que mais temem: a irrelevância.
E é isso que mais o fere. Não foram minhas palavras — foram as que não disse. Não foram meus gestos — foram os que me recusei a repetir. Ele grita, insiste, escreve e dispara e-mails como quem tenta furar uma parede com a unha. Mesmo com alguns inversos significativos, dá sinais que nunca aprendeu que autoridade sem respeito é só barulho. É o velho script: um homem que confunde discordância com afronta, uma mulher que não abaixa a cabeça com ameaça.
E por isso late.
Porque não sabe mais comandar sem amedrontar, nem dialogar sem impor. Porque só aprendeu a ser ouvido, nunca a ouvir.
Mas não é raiva o que me move — é soberania. Sim, eu poderia responder, desmontar argumento por argumento, expor a pequenez travestida de opinião…
Mas não. Eu escolhi o incômodo do meu silêncio. Não por covardia, mas porque já entendi que reagir a tudo é ceder o que tenho de mais valioso: meu eixo.
Ele não me fere. Ele só mostra, a cada novo e-mail, o quanto ainda depende da minha atenção para se sentir alguém.
E eu sigo. Firme, clara, inteira. Porque como dizia aquele texto que andou circulando por aí…
“O silêncio da maturidade é mais ofensivo do que mil argumentos.”
E de fato é. Porque quem grita por controle nunca suportará a soberania de quem não precisa mais se explicar. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 05/04/2025
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