![]() Sobre a série Ruptura:Quando a gente se divide pra caber num crachá
Separar o “eu profissional” do “eu pessoal” sempre pareceu uma solução elegante. Mas talvez seja só uma amputação bem embalada…
A série Ruptura é mais do que ficção… é espelho. Mostra o que acontece quando nos forçam a ser eficientes sem direito a sermos inteiros.
“Separar quem você é do que você faz não te protege — te fragmenta.” E se parece exagero, basta lembrar quantas vezes você engoliu a própria raiva. Quantas ideias engavetadas pra não parecer “difícil”
Quantas dores disfarçadas de planilhas…
Nietzsche dizia que “aquele que tem um porquê enfrenta qualquer como”… Mas e quando o porquê desaparece?
Fica só o movimento. Fica só o corpo indo sem saber mais pra onde…
“Produzindo sem compreender"
Refinando dados apagando alertas internos. Fazendo o que mandam, mesmo quando tudo dentro de você grita que não faz sentido.
E o reconhecimento? Vem em forma de prêmio simbólico, tapinha nas costas, uma plaquinha na parede. Mas ser visto, é outra coisa. Ser visto é ser reconhecido em sua inteireza — não só como peça útil.
Simone de Beauvoir já dizia: “o opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”.
E talvez seja isso que Ruptura mostra com tanta clareza: O sistema se sustenta quando a gente confunde recompensa com acolhimento. Quando confunde pertencer com se submeter.
E assim a gente segue… Pedindo férias pra fugir da vida que a gente mesmo aceitou viver. Se anestesiando com metas, entregas, reuniões. Chamando de “carreira” aquilo que, no fundo, virou só sobrevivência emocional.
Mas cedo ou tarde… A dor volta. A consciência grita. E aquilo que você tentou esconder de si mesmo, te espera na porta de saída. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 05/04/2025
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