![]() O barulho da superficialidade
Hoje em dia... basta uma câmera, um celular e um pouco de carisma. Não precisa mais ter conteúdo. Nem preparo. Muito menos responsabilidade. Basta chamar atenção... de qualquer jeito.
Crianças, adolescentes, até adultos... ganhando palco, ganhando dinheiro... e ganhando poder sem saber o que fazer com ele. Às vezes são até bem articulados... têm presença, têm desenvoltura... e aí o algoritmo abraça, a audiência aplaude, a crítica silencia.
E tudo isso vira entretenimento.
Mas o problema não é só o conteúdo vazio... é o eco que ele provoca. Porque a internet virou o escritório de muitos... mas também tem se tornado o cemitério do pensamento crítico. O lugar onde a ignorância é premiada, onde a superficialidade é celebrada, onde o que deveria causar vergonha vira orgulho em forma de monetização.
Plataformas que alimentam personagens... não pessoas. Que exaltam caricaturas... não ideias. E que, aos poucos, vão nos ensinando que saber menos, refletir menos, sentir menos... é mais “vendável”.
A verdade é dura: estamos vendo uma geração sendo aplaudida por fazer nada... e sendo paga por isso. Isso cria um modelo... uma expectativa... uma realidade distorcida onde o esforço virou exceção, e o estudo, quase um castigo.
Claro... tudo pode ter uma reflexão. Até o vazio pode nos ensinar algo. Mas o problema é quando o vazio vira regra. Quando a exceção vira motivo de riso. E quando o senso comum se transforma em única referência.
A gente está diante de um emburrecimento social disfarçado de liberdade. De uma cultura que premia o barulho, mas silencia a profundidade. Que consome tudo... mas digere nada.
E no meio disso, o silêncio de quem pensa... de quem sente... de quem sabe que a internet é só uma parte do mundo, mas nunca deveria ser o mundo inteiro.
Porque conhecimento ainda é poder... mas hoje... poder é só saber fazer barulho. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 02/04/2025
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