![]() Vertigem do AmorO amor nunca foi um refúgio tranquilo, nunca prometeu repouso nos braços de alguém. Ele é queda, é vertigem, um salto sem garantias. É o fogo que consome sem aviso, que nos arranca de nós mesmos e nos empurra para um limite onde o êxtase e a destruição se confundem.
Dizemos querer um amor sereno, mas talvez o que nos mantenha vivos seja exatamente o oposto: o estremecer da incerteza, a tensão que pulsa na carne, o sangue que corre mais rápido quando o desejo se torna um abismo. Amar não é apenas encontrar abrigo, mas também suportar o risco de se perder. De ser atravessado pelo outro sem saber se, ao final, restará algo intacto em nós.
O mundo romantiza o pertencimento, mas o amor verdadeiro não se curva à previsibilidade. Ele sacode, desordena, nos lança ao vazio sem prometer retorno. Amar é aceitar a vertigem, encarar a tempestade, entender que, às vezes, o amor não é porto seguro – é mar revolto, vento impiedoso, naufrágio inevitável. E, ainda assim, mergulhamos.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 13/03/2025
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