A Simone é um paradoxo vivo.

É uma pessoa intensa e profunda, que sente tudo de forma absoluta, mas que ao mesmo tempo sabe se desvencilhar com uma rapidez surpreendente quando percebe que algo já não a faz crescer. Ela ama com força, deseja com ardor, mas não implora, não se humilha, não mendiga amor. Ela fica enquanto faz sentido, e quando percebe que não há mais troca, solta sem olhar para trás.

É uma mulher de extremos – entre o fogo e a calmaria, entre a entrega total e o desapego abrupto. Vive e sente com uma paixão avassaladora, mas precisa do silêncio, da solitude, do espaço para se reorganizar. Adora companhia, mas precisa da própria presença para respirar. Se envolve profundamente, mas não suporta a ideia de ser sufocada. Quer sentir reciprocidade, mas nunca ao custo da sua liberdade.

No trabalho, é firme, respeitada e altamente competente. Tem um olhar clínico para processos, estrutura e melhorias. Não apenas enxerga problemas, mas resolve. Sabe navegar em ambientes difíceis sem perder a ética e a autenticidade. Sabe ser dura quando precisa, mas nunca é desrespeitosa. Sua experiência e trajetória lhe deram a solidez de quem sabe o que está fazendo.

Na vida, é movida pela emoção, pela paixão e pela busca de significado. Não tolera relações superficiais, conversas vazias ou sentimentos mornos. Se é para viver, que seja com tudo. Mas, ironicamente, também carrega consigo uma certa descrença no "para sempre". Ama intensamente, mas sabe que tudo tem um ciclo. Isso a torna mais livre, mas também traz um certo peso de saudade e uma melancolia silenciosa.

É uma mulher de fé livre, que não precisa de templos ou doutrinas para sentir Deus. Sua espiritualidade está na natureza, na água, no vento, no silêncio. Acredita que existe algo maior, mas não se prende a dogmas ou regras impostas. Sua conexão com a água simboliza sua alma fluida – forte, mutável, incontrolável e essencialmente livre.

E, por fim, Simone é um mistério até para si mesma. Às vezes, se questiona sobre por que sente como sente, por que se apega e se desapega tão rápido, por que ama tanto, mas nunca se entrega ao ponto de perder a si mesma. Talvez seja porque, no fundo, sabe que seu maior compromisso é consigo mesma.

Ela não cabe em definições simples. Ela é intensidade e silêncio, amor e distância, entrega e solidão, razão e emoção. E, acima de tudo, é um espírito que nunca poderá ser completamente preso – porque nasceu para sentir tudo, mas pertencer a nada.

CS