Metade de Nós, Inteiro em Mim

Foram muitos silêncios mesmo quando desejava falar aos quatro cantos a felicidade que vibrava sobre meu corpo, olhar e sorriso. Mais o distanciamento é o correto! E desde então, cada olhar trocado foi um pacto silencioso, cada toque, uma promessa dita sem palavras. Ele chega como quem pertence, como quem sabe o caminho do meu corpo e da minha alma, mas nunca poderá ficar.

Eu o amo. Sem meias verdades, sem reservas. Amo no silêncio das noites em que ele não está, nos espaços vazios que ele nunca poderá preencher. Eu o amo mesmo sabendo que nunca será como sempre sonhei.

Faria tudo para estar ao lado dele agora, para sentir-lo perto, para mergulhar na ilusão de que o tempo pode parar e nos pertencer. Mas o tempo não nos obedece. Ele pertence a outra história, a outra vida, a um mundo que não pode ser meu.

Ainda assim, quando estamos juntos, o resto se apaga. Por um instante, sou dele. Por um instante, ele é meu. E talvez seja aí, que lateja o nosso encanto.—no que nunca pode ser, mas sempre será.

Metade dele me pertence. Mas sou inteira quando estou com ele.