O amor que não é vivido...

eu te amo.

e isso não faz menor diferença.

o mundo segue, os dias passam,

ninguém para pra ouvir um amor que não acontece.

não tem bilhete, não tem toque,

não tem promessa de nada.

só eu, sentado aqui,

tentando entender como se carrega

algo que nunca existe de verdade.

Dizem que esses amores são os mais bonitos,

os mais eternos.

besteira.

eterno é o que se vive,

o que se toca,

o que se fode e se briga e se ama e se perde.

o resto é só tortura bem escrita.

mas aqui estou eu,

preso na ideia de você,

preso no que nunca fomos.

talvez Kierkegaard tivesse tido razão.

ou talvez ele nunca tenha ficado

bêbado o suficiente para esquecer.

O velho Bukowski pagaria para

viver!

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Søren Kierkegaard (1813–1855) foi um filósofo, teólogo e escritor dinamarquês, considerado um dos precursores do existencialismo. Sua obra explora temas como a angústia, a liberdade, a fé e o absurdo da existência humana. Ele acreditava que a vida é uma jornada individual e que cada pessoa deve encontrar o seu próprio caminho para a verdade, muitas vezes através do sofrimento e da dúvida.

Kierkegaard tinha uma relação complexa com o amor. Ele viveu um romance marcante com Regine Olsen, mas rompeu o noivo, acreditando que seu destino era a solidão e a dedicação ao pensamento filosófico. Esse episódio influenciou profundamente sua visão sobre o amor, levando-o a escrever sobre a dor dos sentimentos não consumidos e a ideia de que o amor impossível, por nunca se desgastar na realidade, permanece eterno.

Sua filosofia desafiava tanto o cristianismo institucional quanto os sistemas filosóficos que tentavam encaixar a existência humana dentro de explicações racionais. Para ele, a fé era um salto no escuro, um ato de coragem diante da incerteza da vida.

Se Kierkegaard estivesse em um bar

Ouvindo as historias do velho

Buko (Charles Bukowski),

talvez discordasse de muitas coisas.

Mas, sobre o amor impossível,

talvez brindassem em silêncio.