![]() O Peso de um Corpoe a Leveza de um Instante
Existem encontros que são como tempestades de verão: chegam sem aviso, molham a alma, bagunçam tudo por dentro e depois deixam um cheiro de terra molhada que a gente não sabe se quer esquecer ou reviver. Foi assim com ele. Não era sobre falta, nem sobre carência. Não era sobre tentar preencher um vazio. Foi sobre um instante.
Um corpo que se encaixa em outro, um olhar que vem antes das palavras e um toque que fala sem precisar explicar nada. E então, a frase: "Hoje, eu vou te fazer sentir o que é ter um homem do seu lado."
Uma promessa dita em meio ao calor do momento. Mas qual o significado real disso?
A sensação não era só desejo, era algo maior. Era o desejo de perceber que havia ali uma presença diferente, um espaço que não necessariamente seria necessário à força. A segurança de alguém que não parecia fugir ou deixar portas entreabertas. E no meio dessa entrega, veio também o medo. O medo de se perder isso tudo. De esquecer por um segundo que, antes daquele corpo potente e daquela voz firme, havia uma mulher que aprendeu a ser forte sozinha. Porque a liberdade, por mais desejado que seja, às vezes pesa. E no silêncio da tarde seguinte, na pausa entre um pensamento e outro, bate uma dúvida: será que foi só um momento ou foi o prenúncio de algo maior?
Talvez nem tudo preciso de resposta. Talvez seja só isso: um instante. Um encontro que mexe por dentro, que faz a pele lembrar do que é o arrepio. E que, independentemente do que venha depois, já foi bonito simplesmente por ter sido vívido. Porque, no final das contas, não é sobre a necessidade de alguém para se sentir inteiramente. É sobre escolher, sem pressa, sem medo, só porque naquele momento, foi bom.
E às vezes, isso basta. Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 06/02/2025
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