![]() Nos campos dourados ao entardecer, Onde o vento murmura em tom de lamento, A terra suspira, cansada de ser, Testemunha do tempo, perdida no tempo.
Os galhos retorcem memórias de outrora, Enquanto a névoa se arrasta no chão, E o sol, moribundo, declina lá fora, Lançando sombras sobre a ilusão.
O rio, que um dia cantava em bravura, Agora se arrasta, silente, sem cor, Como se as águas sentissem a dura Tristeza do mundo, seu lento torpor.
Os pássaros partem sem rumo ou ninho, E as folhas caem sem promessa de abril. A terra se veste de um tom tão sozinho, Que até a esperança parece sutil.
Talvez seja o ciclo, talvez o destino, Ou só a verdade que custa a aceitar: Mesmo na terra de campo divino, Tudo que vive um dia há de acabar.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 30/01/2025
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