... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Quando o mundo decidir caminhar sem as grandes potências como os EUA de Trump.

 

Chegará um dia em que o restante do mundo poderá finalmente dar as costas aos Estados Unidos. Não será apenas uma rejeição ideológica, mas um colapso gradual da supremacia americana, construída ao longo do último século. Durante décadas, enquanto os EUA ditavam regras e construíam seu império de influência, o restante do mundo observava, aprendia e, silenciosamente, se preparava.

 

A globalização, ironicamente, espalhou não apenas produtos americanos, mas também ensinou economias emergentes a desenvolverem suas próprias indústrias, tecnologias e estratégias. Fórmulas foram replicadas, inovações foram aprimoradas e, aos poucos, o monopólio da liderança começou a ruir. E então, em um momento de fraqueza – talvez com um líder polarizador como Trump no poder – o mundo enxergou sua oportunidade.

 

Um pacote de boicotes, silencioso e coordenado, poderia emergir. Substituições estratégicas de produtos americanos por alternativas globais. Uma transição econômica que já está em andamento, com países diversificando suas alianças comerciais, investindo em tecnologias locais e apostando na independência energética. Quando isso acontece, o gigante econômico começa a perder o chão.

 

O que antes parecia impossível – questionar a liderança americana – se tornará uma realidade. Não porque o mundo rejeita os Estados Unidos como país, mas porque rejeita a ideia de que uma única nação deva determinar os rumos do planeta. E, como acontece historicamente com qualquer potência, quando a influência começa a enfraquecer, a reação mais previsível é a guerra. Não necessariamente com armas, mas uma guerra comercial, tecnológica, ideológica.

 

A maior potência que já existiu poderá ser forçada a rever seu papel global, não por causa de um inimigo externo, mas porque o mundo que ela ajudou a construir se tornou forte o suficiente para caminhar sozinho – e escolher outro rumo.

 

Se esse dia chegar, ele será fruto não de um único evento ou líder, mas de décadas de preparação global. A lição, como sempre, será clara: nenhuma supremacia dura para sempre. E o poder, mais cedo ou mais tarde, encontra novos centros gravitacionais.

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 28/01/2025
Alterado em 28/01/2025
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