Na pressa do cotidiano, muitas vezes, a beleza passa despercebida. Entre compromissos e preocupações, esquecemos de olhar ao redor e perceber as pequenas dádivas que a vida oferece, como um presente que insiste em ser ignorado. É curioso como essas riquezas não estão escondidas em cofres ou lugares inacessíveis; elas estão ali, ao alcance do olhar, esperando por atenção.
Havia, certa vez, uma pessoa que vivia imersa na correria, como tantos de nós. Seus dias eram uma sequência de tarefas urgentes, um turbilhão onde o tempo parecia escorrer entre os dedos. Mas, numa manhã qualquer, ao abrir a janela, algo mudou. Ela foi recebida por uma brisa suave, acompanhada do canto de um pássaro solitário. O céu, em tons de dourado e azul, parecia pintado com propósito. Por um instante, ela parou. Não por obrigação, mas por um chamado silencioso da vida, algo que lhe dizia: "Veja, sinta, esteja aqui."
Foi nesse momento que ela se tornou uma "apreciadora desperta". Começou a notar os detalhes que antes lhe escapavam: o perfume de uma flor tímida no jardim, o calor do sol acariciando sua pele, o sorriso de um estranho na rua. Esses fragmentos de beleza, tão simples e tão profundos, começaram a preencher seus dias com um sentido renovado.
A partir daí, sua sexta-feira, antes apenas mais um dia na semana, tornou-se um portal para novas descobertas. Ela encontrou paz em cada respiração e gratidão em cada pequena cena que a vida lhe apresentava. Não era mais preciso buscar grandes conquistas ou momentos extraordinários. A grandeza estava nos detalhes.
Assim, ela aprendeu que ser um apreciador desperto não é apenas observar, mas também abraçar o mundo com os olhos da alma. E, ao fazer isso, descobriu que a vida, em toda sua simplicidade, é um tesouro infinito para quem está disposto a ver.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 17/01/2025
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