![]() Já se sentiu como um farol, tentando iluminar um caminho em meio à escuridão? Essa é a realidade de muitos líderes comprometidos.
No coração daquele hospital, ela caminhava pelos corredores com passos firmes, mas carregados de um cansaço invisível. Era uma líder que acreditava na excelência, que via no trabalho bem feito não apenas um dever, mas uma forma de transformar vidas. Contudo, o cenário à sua volta era desafiador: enquanto parte da sua equipe compartilhava de seu compromisso, outros pareciam estar à deriva, desconectados de qualquer propósito maior.
Havia mofo nas paredes e resistência nos olhares. A cozinha lutava para se fazer ouvir, a lavanderia se perdia no barulho das máquinas negligenciadas, e o restante do hospital parecia engolido por uma apatia que se espalhava como uma neblina densa. Não bastasse isso, a alta liderança, tão distante quanto fria, parecia ignorar suas tentativas de mudança, como se o esforço dela fosse apenas uma gota no oceano.
Mas ela insistia. Não porque fosse fácil, mas porque acreditava. Cuidava de cada um que estava disposto a crescer, celebrava as pequenas conquistas e tentava, com paciência, puxar os desalinhados para perto. No entanto, não era simples. Às vezes, sentia-se como um farol, emitindo luz em um mar revolto, tentando guiar aqueles que não queriam ou não podiam enxergar.
Certa tarde, após mais um dia de conflitos e desafios, ela se permitiu parar. Olhou para o relógio, os papéis sobre a mesa, e suspirou. “Será que vale a pena?”, perguntou-se em silêncio. Naquele momento, o cansaço pesava mais do que o orgulho de suas conquistas. Por um instante, pensou em desistir. Não por fraqueza, mas pela sensação de lutar sozinha contra forças maiores do que ela.
No entanto, enquanto arrumava suas coisas para ir embora, viu, pela janela, algo que a fez parar. Na cozinha, a equipe que tantas vezes se sentira esquecida agora sorria, trabalhando em sintonia. Na lavanderia, uma máquina finalmente revisada funcionava como nunca antes, e a equipe parecia mais leve. Nos corredores, algumas das paredes antes mofadas estavam limpas, e o ar parecia menos pesado. Pequenos sinais, talvez, mas sinais de que seu esforço tinha deixado marcas.
Sorriu para si mesma. Sabia que o caminho ainda seria longo, que o ambiente tóxico e a falta de apoio não desapareceriam da noite para o dia. Mas, naquele instante, ela se lembrou do porquê de continuar. Não era sobre mudar o mundo inteiro. Era sobre fazer diferença onde estivesse, com quem estivesse disposto a caminhar ao seu lado.
E assim, como o farol que guia mesmo sem saber se alguém verá sua luz, ela seguiu. Não porque tivesse todas as respostas, mas porque, para ela, a excelência era mais do que um objetivo: era a única forma de realmente viver.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 25/12/2024
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