![]() Transformação nos Detalhes: É o orgulho que une!Ele chegou ao hospital com os olhos atentos e o coração inquieto. Sabia que liderar ali não seria apenas sobre metas e processos, mas sobre enxergar o que muitos ignoravam. E bastou caminhar pelos corredores para sentir o peso do que o esperava.
Nos cantos úmidos das paredes, o mofo parecia contar histórias de descaso. Na cozinha, não era apenas o cheiro dos alimentos que pairava no ar, mas também o cansaço de uma equipe que trabalhava no limite, invisível aos olhos de quem deveria valorizá-la. E, na lavanderia, o som das máquinas desgastadas era quase um grito por cuidado, enquanto os funcionários seguiam no automático, desmotivados, sem nunca receberem o reconhecimento merecido.
Ele sabia que, para muitos, esses detalhes poderiam parecer insignificantes. Mas, para ele, eram fundamentais. Um hospital não se sustentava apenas com médicos, enfermeiros e tecnologia de ponta. Era a força das mãos invisíveis – da cozinha, da lavanderia, da manutenção – que fazia tudo funcionar.
Nos primeiros dias, ele ouviu. Deu espaço para que cada voz falasse, para que cada olhar se levantasse do chão. Não foi fácil. Havia resistência, cansaço, desconfiança. Mas ele insistiu. Convocou reuniões, caminhou pelos setores, tocou nas paredes manchadas de mofo, sentou-se à mesa com a equipe da cozinha e ouviu suas queixas, observou as máquinas antigas da lavanderia e sentiu a frustração de quem as operava.
Com o tempo, pequenas mudanças começaram a surgir. O mofo foi tratado não apenas como um problema estético, mas como uma questão de saúde. A cozinha passou a ser vista como o coração do hospital, alimentando não só pacientes, mas também a equipe que sustentava aquele ambiente. E a lavanderia, finalmente, recebeu atenção: manutenção nos equipamentos, treinamentos para a equipe, palavras que trouxeram ânimo para quem, há tempos, havia perdido a esperança.
Ele sabia que não estava fazendo milagres, mas sim o essencial: valorizar cada detalhe, cada pessoa, cada função. E, aos poucos, o hospital começou a respirar um ar diferente. Não era apenas sobre gestão; era sobre humanidade. Porque, no fim das contas, liderar não era apenas melhorar processos. Era enxergar pessoas. Era cuidar do que ninguém mais via.
E ele, com orgulho, continuava. Não para provar algo aos outros, mas porque sabia que, ali, nos detalhes, estava o verdadeiro sentido do seu trabalho.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 25/12/2024
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