... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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Atualmente estou em um dilema interno, algo que muitas pessoas enfrentam ao revisitar amores antigos que ainda têm um espaço guardado dentro de nós. Minha cabeça está carregado de memórias, de sentimentos contraditórios e da complexidade que só um amor tão cheio de história pode trazer.

 

Estar novamente no mesmo lugar onde tudo começou parece trazer à tona não só as boas lembranças, mas também as dúvidas e as feridas que talvez nunca tenham cicatrizado completamente. A sensação de querer estar perto, mas ao mesmo tempo fugir, é uma batalha entre a razão e o coração. Ele é uma pessoa que carrega o peso de uma vida cheia de responsabilidades, e isso, de certa forma, talvez me impeça de aproximar com a mesma liberdade de antes.

 

 Eu tenho a plena compreenção da vida que ele leva, assim como entendo os motivos que me fazem hesitar, mas ainda assim, os sentimentos não se apagam com a lógica. O silêncio entre nós, talvez, seja a maneira que ambos encontraram para se proteger de um turbilhão querer que poder ser difícil de controlar.

 

E me pergunto: o que eu e ele desejamos para nós? Até onde estamos disposto a lidar com o "caos mais bonito" que somos e representamos um para o outro?  O amor não precisa ser uma luta, mas sim um encontro que traz paz, mesmo nas diferenças e desafios. Se há algo que ainda desejamos falar, talvez valha a pena dar voz a isso, mesmo que seja para encontrar um fechamento ou uma nova perspectiva.

 

E se o silêncio é o que resta, talvez ele também seja uma resposta.

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 30/11/2024
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