![]() Ele tem medo, ela sabe bem, No olhar, a fuga, no gesto, o além. Promete encontros, mas o tempo se vai, E ela, silenciosa, espera, sem nunca chamar.
A dor de amá-lo, com a calma de quem vê, Ele, distante, por medo, se perde de si. Ela, quieta, com o peito a sofrer, Não o busca, pois o amor é assim.
Ele fala de promessas que não vão se cumprir, E ela, que o ama, não insiste em ir. Compreende o temor, o receio de se entregar, Mas o vazio cresce, sem ele estar lá.
E ele, sabendo que ela o espera em vão, Segue prometendo um futuro que não vem. A cada palavra, ela sente a mão Que lhe toca o coração, mas nunca o bem.
O medo dele é um muro invisível, Ela, por amor, se afasta, paciente, E nesse jogo de querer e fugir, O tempo os consome, mas nunca os une, realmente.
E ela, que ama em silêncio, não o chama, Pois o amor, às vezes, é saber deixar ir. Ele, com suas promessas, se engana, E ela, com o coração, aprende a partir.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 26/11/2024
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |