Hoje quero compartilhar uma reflexão que tem ressoado profundamente em meu coração: a de que, muitas vezes, nós atraímos pessoas que refletem nossas próprias feridas. As relações que cultivamos, sejam de amizade, de amor ou de trabalho, nem sempre são fruto do acaso. Na verdade, há uma força invisível que nos une, uma espécie de reconhecimento silencioso das dores e lutas que carregamos dentro de nós.
Já perceberam como, em alguns momentos da vida, nos encontramos cercados por pessoas que, de alguma forma, compartilham os mesmos desafios emocionais? É como se estivéssemos dançando uma coreografia comum, onde cada passo é guiado por marcas que, embora invisíveis, moldam nossos caminhos.
Essas conexões são preciosas. Elas nos oferecem a chance de olhar para o outro e, por meio dele, enxergar a nós mesmos. E, por algum tempo, isso nos conforta. As falhas de um parecem encontrar abrigo nas feridas do outro. Nós nos curamos, mutuamente, na empatia, no entendimento.
Porém, o crescimento pessoal nos leva a um ponto crucial, um momento de decisão. À medida que nos curamos e avançamos, percebemos que nem sempre o outro está caminhando ao nosso lado na mesma direção. Enquanto evoluímos, enquanto trabalhamos para fechar nossas próprias feridas, pode ser que quem nos acompanhava antes não esteja mais disposto ou preparado para fazer o mesmo.
E é nesse momento que surgem as grandes rupturas. Não porque deixamos de amar, de nos importar, mas porque o caminho à nossa frente exige novas posturas, novos horizontes. Crescer, muitas vezes, significa também abrir mão do que nos era familiar, do que um dia foi confortável.
Isso pode soar doloroso, eu sei. Mas é uma dor que faz parte do processo de viver. O crescimento, por sua própria natureza, exige movimento. E o movimento, inevitavelmente, traz mudanças. Deixar para trás aqueles que não evoluíram conosco é um ato de coragem e também de respeito a nós mesmos e à nossa trajetória.
Portanto, meu convite a vocês hoje é que olhem para suas vidas com carinho e discernimento. Reconheça aqueles que lhes trouxeram até aqui, que lhes estenderam a mão nos momentos mais difíceis. Mas também saibam identificar quando é hora de seguir adiante, quando o amor por si mesmo pede que o caminho se faça mais leve, mais livre.
Atrair as pessoas com base nas nossas feridas é natural. Mas o que determina nosso futuro é a forma como escolhemos nos curar e, principalmente, com quem decidimos seguir essa jornada. Crescer é, sim, um ato de deixar ir, mas é também uma escolha por nós mesmos, por nossa felicidade e plenitude.
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 09/10/2024
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