Este texto foi elaborado por Vanessa Guimarães (1) e Anderson Adami (2). E a ideia desta parceria surgiu de um post do LinkedIn cuja proposta foi refletir sobre o que leva as pessoas a enviarem um convite de conexão e, ao receberem uma mensagem de boas-vindas da pessoa convidada, não respondem nada ou enviam um simples emoji como resposta.
Se num primeiro olhar, a postura de quem não responde pode até ser tida como normal, o referido post justamente questiona esse comportamento tão comum nas redes sociais. Ao receber uma mensagem de boas-vindas de alguém, no LinkedIn, você responde? Com efeito, pressupomos que uma boa parte de 99% das pessoas que visualizaram o post e não se manifestaram de nenhum modo (algo em torno de 153 mil), estariam propensas a responder NÃO para essa pergunta, mas isso, claro, caso elas fossem rigorosamente sinceras. E se estamos afirmando isso, é porque menos de 1% delas reagiu positivamente. Esse quadro reflete, de certo modo, uma realidade preocupante quanto ao descaso com que temos tratado uns aos outros – e isso não é algo exclusivo das redes sociais ou do universo on-line. Dado isso e consideradas as diversas colaborações apresentadas nos comentários do post, bem como a nossa percepção sobre esse assunto, buscamos refletir sobre a falta de tempo, entre outras razões que permitem explicar, ainda que de modo simplificado, esse estranho fenômeno. O desdém e a falta de atenção Como uma mensagem ou pergunta sempre traz, de forma implícita, a expectativa de resposta, a indiferença diante da espera do outro naturalmente coloca o desdém como razão primária para a questão que ora analisamos. Quem desdenha não só despreza e é indiferente, mas assume uma postura arrogante - desdenhar é um comportamento fortemente negativo mesmo, não estamos exagerando. Que sejam, no entanto, guardadas as proporções: o desdém diante do candidato a uma vaga de emprego é incomparavelmente maior que o desdém perante a mensagem de um estranho, dada a carga emocional (angústia, ansiedade etc.) envolvida no primeiro caso – e de fato a menção a isso foi recorrente nos comentários do post. A falta de atenção está associada ao desdém. Estamos desatentos o tempo todo em relação ao outro, o que inclui uma coleção vasta de pequenas gentilezas que teimamos em fazer de conta que podem ser dispensáveis, tal como “bom dia”, “aceita um café?”, “precisa de ajuda?”. E diante de tantas pequenas desatenções com as pessoas, deixar um estranho virtualmente sem resposta parece mesmo algo banal – e não a toa permite explicar o pífio 1% de manifestações positivas que o post teve. A pressa e a falta de tempo Vivemos com pressa e usamos o tempo que consideramos escasso para justificar o nosso desdém e falta de atenção. De outro modo, a falta de tempo, que muitas vezes é usada para justificar ausências, pendências e até carências, novamente entra em cena para tentar explicar o péssimo hábito de muitos profissionais brasileiros: a ausência de bom senso e de diversos valores e princípios. Essa reflexão teve origem em um comentário do post: “Se pudéssemos medir o valor das coisas que fazemos através do tempo que nos dedicamos a elas, quais seriam as prioridades?” (Guimarães). Será que quando deixo de dar atenção ao meu filho para utilizar o celular eu não estou priorizando as minhas vontades ao invés das dele? Quando eu perco a paciência e, ao invés de deixar idosos e crianças atravessarem a faixa de pedestres, eu buzino e acelero o carro eu estou priorizando meus interesses? Se eu fico até tarde no meu trabalho – por necessidade ou por exigência da empresa, seja o que for – eu deixo de dar atenção à família e aos amigos. Será que estou escolhendo as prioridades certas em minha vida? Apesar da correria do dia a dia e a rotina do trabalho nos emergirem em um mundo de suor, trabalho e responsabilidades, ainda existe vida lá fora. Somos coadjuvantes ou protagonistas da nossa própria vida? Quem decide o que devemos fazer e até onde podemos ir? O QUE PENSAM OUTROS PROFISSIONAIS QUE TAMBÉM PASSAM POR ISSO? “Aqueles que não escrevem uma mensagem inicial ou não retornam a que lhe foi enviada, são os mesmos que não leem textos longos, acham que tem coisas mais importantes para fazer. Mas esquecem que um bom networking pode mudar a sua jornada” (Millena Barbosa) “Pessoas só pensam que precisam fazer network quando estão desempregadas... enquanto estão trabalhando não dá tempo...cheias de coisas...depois perdem o trabalho, ficam doidas para fazer network.... Vamos pensar melhor nisso e definir pra nós mesmos a importância, o significado, a razão, a hora certa e necessidade do network” (Valdir Avila) “Cada um dá o que tem de melhor, assim como é nossa obrigação não deixar a bola cair e continuar dando o nosso melhor” (Rogério Pelegrim) “Antes dava as boas-vindas para novas conexões, porém após muito tempo de LinkedIn, vi na prática que pertencia a uns 3% que adotavam esta atitude na rede. Simplesmente optei por adotar o que a grande maioria faz, ou seja, conecta e pronto” (Rodney Laham) E você, o que pensa a respeito do assunto? Escreva para nós e conte a sua opinião. Vamos fomentar a discussão e aumentar o networking dentro do LinkedIn. (1) Vanessa Guimarães é Jornalista, Consultora de Comunicação Corporativa e Palestrante. Atualmente é consultora de diversas empresas como Correios, Cassi e FioCruz, no Rio de Janeiro. Conheça os seus projetos: www.vanessaguimaraes.jor.br (2) Anderson Adami é Gestor da Informação e atua como Consultor no Grupo Meta e mentor voluntário na ONG Projeto Joule. Artigo Publicado no LinkedIn e por Vanessa Guimarães e Anderson Adami
Enviado por Monet Carmo em 09/11/2017
Alterado em 09/11/2017 |