Parece que me falta poesia. Parece que me falta um pouco mais de brilho nos olhos... mais hoje, exatamente hoje tiro o ultimo digito 7 de minha idade para colocar o 8.
3.8 com orgulho de falar, com nariz arrebitado de entender que hoje tudo em mim e passado, presente e futuro como tem que ser de um bebezinho que acabara de nascer... Só que com uma diferença meu passado já é adulto, cheio de erros, acertos, impulsividades, explosões, orgulho, preconceito, pena, morte, desespero, depressão, câncer, ansiedade, frustração e tantas outras coisas de que fazem parte de nosso amadurecer na chegada dos anos que nos pesa o fardo que já trazemos ao nascer! O fato é que minha vida desde quando me entendo por gente e alimentada por paixões.... Quando ainda nos anos de inocência era com bonecas, brincadeiras de panelinhas, comidinhas, pega pega na rua,queimada, bandeirinha, bola, peteca, elástico.... E por ai vai!! E quando entramos no período de puberdade, as paixões são substituídas pelas pessoas que nos cercam... E quando a menina começa a olhar o pai diferente, os irmãos diferentes, as namoradas dos irmãos diferentes, as irmãs diferentes.... As conversas na hora do almoço e do café, as preocupações da mãe que me faz refletir sobre responsabilidades e então inicia-se aquela vontade súbita de crescer logo, de chegar aos trintas... de amadurecer.... Mais nessa fase, nunca pensamos nos quase quarenta!! Fazer 38 anos me traz uma certeza que o dia 12 ficou imprensado no meio de dois grandes acontecimentos tristes... O dia 11/03/80 pelo falecimento de minha vó materna “Dita” e no dia 13/12/2010 pelo falecimento de minha irmã Magali... Cresci ouvindo de minha mãe que minha Vó Dita carregara sempre em sua bolsa essa foto minha de quando tinha apenas 06 meses de vida. E sempre que ela me falava isso, eu sentia um amor me transbordando uma paixão pela vida que tinha nos olhos de minha vó que admirava minha imagem, todas as vezes que mostrava para alguém a foto da sua netinha que vivia no Pará... E depois aos 31 anos perco minha irmã mais companheira, minha alma mais verdadeira, minha risada mais gostosa, minha irmã coragem, e eu fiquei sem chão e até hoje me falta esse chão quando recordo de como tudo aconteceu e de como eu sofri e ainda sofro com essa perda tão cheia de mim... Desde então comemorar meu aniversário já não faz sentido... Mas me sinto apaixonada pelos dias 11 e pelo dia 13... Afinal, são datas que me ensinaram a entender da pior forma como é difícil aceitar a partida de quem amamos... O dia 12 me traz uma tristeza e uma bucolidez que se entranha dentro de mim e que no fim acaba invariavelmente por me fazer sorrir quando enfim aceito que é uma passagem que terei pelo resto de minha vida... Pelo resto das paixões que me vestirá até o dia de meus olhos se fecharem por completo e o coração parar de bater... E ainda assim, espero ter contribuído de forma positiva, boa, inesquecível e prazerosa para os moradores do pequeno mundo mone que viveram por algumas horas, dias, meses ou anos. Nesses 3.8 que me veste, percebo que minha sensibilidade aos poucos se vai... que muitas vezes troco os versos e a leitura pelo silencio a deixar o olhar perdido em algum lugar e o pensamento as vezes vazio ou cheio de tantos “porquês”. Talvez a vida tenha me obrigado a olha-la com mais dureza! Já vi a morte tão de pertinho, penso que até mesmo cheguei a ver Deus e seus anjos, enquanto ouvia a reza de minha mãe aos fundos para que eu ficasse um pouco mais por aqui... E então a vida começou a ter um outro sentido! Uma sábia amiga sempre me falou para aprender a viver os momentos... Faça de cada momento uma entrega e uma doação única! Não entendi na primeira vez! Continuei não entendendo na segunda vez quando decidir tentar ter uma vida à dois com os meus ex – companheiros.... Continuei não entendo quando perdi 02 gravidez... e foi só então quando me separei da última vez é que fui entender o que ela queria dizer, com viver os momentos! Mais percebi que tudo machuca!! ser intensa, ser cautelosa, ser louca, ser impulsiva, viver os momentos.... Ah! Tudo isso machuca e sangra e nos faz amar, e nos faz ser desejada e nos faz desistir e nos faz ter medo. Viver os momentos é sinal de ter medo de perder o que aquele momento te deu de bom, de prazeroso, de acolhedor, de encantamento.... Porém, a gente entende que o bom da vida e esse medo que a gente leva nos olhos e que muitos dizem ser o brilho de felicidade por algo ou alguma coisa. Mais quer saber?? Bem-vindo meus 3.8 e devo confessar que: “O meu amor não se explica por palavras,
mas pela duração do intervalo entre cada sorriso que esboço. O meu medo é sempre maior quando penso. Gosto de seguir em frente sem pensar muito. Gosto apenas de sentir o que me conquista o peito a cada passo que dou. Não sou de fazer planos ou seguir quaisquer roteiros, Sou sempre aquela que escapa para os jardins ou para o interior dos quartos de porta fechada. O improviso reforça-me a alegria de viver. Me faz imaginar que tenho asas onde ainda só tenho braços.” Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 12/03/2017
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |