... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Textos


Que tipo de amor esse do século XXI? Que tipo de possessão exacerbada se impregnou nessa era tão cheia de esclarecimento, de informação... E assustador a forma como se ama de um jeito tão egoísta... de uma forma tão destrutiva...

Talvez o excesso de informação do século tenha auxiliado nesse processo de abestamento do ser humano e de destruição de amor... de convivência e ate mesmo de cumplicidade.

Fui criada em uma família cercada de cumplicidade... Apaixonada pelo meu Pai e nem por isso tinha ciúme de minha mãe... Porém, não entendia quando ele chegava em casa depois de mais de um mês ou dois meses fora e depois do almoço ficavam horas e horas trancados no quarto! Minha mãe não suportava que trancássemos as portas do quartos... Mais ela fazia isso... fazia apenas quando meu pai retornava e então eu ficava confusa! eu só queria pentear o cabelo dele enquanto sentava no encosto do sofá... Mais ele demorava pra vir... Mais o bom é que ele sempre vinha, e me pegava no colo e me chamava de pitoco onde me enchia de amor e então eu falava, - ta bom mãe, agora ele é meu!...  Era um amor que sorria... Um amor de olhar pra ele e pra minha mãe e pensar, quando crescer quero um homem igual ele pra poder me trancar no quarto, sem a mãe brigar...

Hoje não sei o que acontece! Maridos com ciúme de pai e de mãe... com ciúme de amigos... com ciúme de trabalho... com ciúme de celular... com ciúme do tipo de roupa... com ciúme do que se está bebendo... com ciúme do ar que respira e do sol que queima...

Quando realmente o amor acaba? Ou será que ele já nasce doentio que só se apresenta quando o - Felizes para sempre é aceito? 

Vamos dialogar... Vamos falar sem pudor o que se quer o quê se deseja, ter uma mente aberta é primordial, afinal, e outro ser diferente um do outro... E se não houver o "ouvir" jamais entederemos onde podemos errar em um relacionamento...

Vejo casais com 27 e 28 anos juntos à mais de 06 anos e ainda assim não tendo experiência nenhuma de vida a dois... Casamento antes de qualquer coisa e cumplicidade.. É não dividir os problemas pessoais com a família, É não compartilhar decisões erradas com parentes próximos... Casamento e eu ter segredo com você e você ter segredo comigo e juntos resolver o que tiver que resolver... E não entendo o poder que as vezes um ou outro ou mesmo os dois tem de não aceitar os sonhos que se tem individualmente...

Casei no papel apenas uma única vez, mais já morei junto dividindo cumplicidades por 02 vezes... e confesso que hoje sei o que seja amor entre duas pessoas que decidiram em conjunto dividir o tempo, os sonhos, os desejos e também os erros, as perdas, as decisões precipitadas e que as vezes, traz consequência não pra um de nos para o nos como casal.

Hoje sei que o mais importante e você amar a vida que o outro deseja viver sozinho e a vida que deseja viver com você... Sim, pessoas tem sonhos individuais e se sonhado de forma certa, é fácil inseri o outro nela... mais para isso tem que haver cumplicidade e confiança!

Eu nunca quis fidelidade nem de namorados, maridos ou amigos... mais deixo claro que o respeito e tudo que laça duas pessoas e todo o tipo de relacionamento... Sem ele não há absolutamente nada... nem estrada, nem amigos, nem família, nem realização ou sonhos sonhados juntos... O respeito é a base principal para sustentar o amor.

É bem verdade que o amor um dia acaba e fica o respeito e a amizade... Mais a senhora cumplicidade está lá... Não envelhece com o tempo, pelo contrario ela se torna o par de chinelas que ficam ao redor da cama.

Vendo tantas historia de horror cercada por um amor doentio... Onde o tal do amor e o responsável por brigas corporais entre casados, ultimamente mortes por não aceitar um fim de um relacionamento... Me faz pensar e questionar...

Onde tudo acaba? Porque amores terminam? Acabou a atração física? acabou aquele tesão? a rotina do trabalho e as atividades de casa tira a vontade de se ter meia hora de portas trancadas trocando caricias (como supostamente minha mãe fazia!)

Ultimamente tenho visto além de tudo isso, uma guerra pessoal... Uma espécie de concorrência que tira a cumplicidade e a cama vira um ringue. E isso eu entendo, uma vez que meu ultimo relacionamento acabou por esse motivo!

Ainda tenho uma visão romantizada de casamento... de relacionamento a dois... Ainda me inspiro na forma como minha mãe cuidava de meu pai e de todos nos... Sempre achei lindo a forma como ela punha a roupa sobre a cama e os sapatos ao pé da cama enquanto meu pai tomava banho... No almoço e na Janta, a forma como ela servia o prato dele... Pra mim isso jamais foi visto como submissão... Era a firmação de uma mulher que sabia ser esposa mesmo tendo um trabalho e uma casa cheio de filhos pra cuidar... E fiz isso em todos os relacionamentos e via o mesmo carinho e amor que via nos olhos de meu pai!! Sem perder a magia do respeito do ser homem e do ser mulher...

Meus relacionamentos terminaram por diversos motivos... Mais jamais por traição! E caso alguns tenham me traido, não percebi! talvez pela forma como me preocupo de ser presente em todos os desejos que envolve o casal...

Confiança, cumplicidade, respeito é a base... Mais sexo, ah! sexo e 50% de conectividade com o corpo e com a alma do outro... Afinal, é nesse momento que entendemos se o amor ainda existe... Ou é só uma ação mecanizada.. Onde um está pensando no pneu do carro que tá baixo e o outro pensando na pilha de roupa que tem pra tirar da maquina de lavar!

Em fim...
Ainda espero um amor chamado Sr.DoCarmo e Sra.Lourdes!

 
Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 08/01/2017
Alterado em 08/01/2017


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