... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Textos


Sem ideia... Sem criatividade...
Sem nada a pensar ou achar
Minha mente está vazia...
A estrada e longa,
Dois desconhecidos.
 
Dentro do carro reina o silencio,
Apenas o barulho dos pneus em contato
Com o asfalto a 100km/h.
Penso que estou indo pra casa...
Apenas penso...
Movo-me conforme as curvas acentuadas.
 
Ninguém fala nada...
Não há musica...
Não há cheiro,
Apenas um calor e um frio vento que bate na face.
 
Penso... Penso...
O laptop no colo, tento escrever qualquer coisa,
Apenas tento...
Talvez algo pra ele...
Ele que me ignora...
Ele que ainda reverbera os gritos em meus ouvidos...
Por que penso nele?
Porque insisto em achar que ainda gosto?
 
Silencio...
 
Observo a paisagem se movimentando rápido,
Curvas... 100km/h... Curvas...
Buracos na estrada, freio brusco.
Curvas... Silencio...
E penso...
E penso em não pensar mais nele.
E mesmo assim penso...
 
E se eu morrer...
Sim, e se amanhã esse for meu destino
Saberá ele do quanto o amo?
Mais porque devo ama-lo tanto assim...
Deus!! Me explique...
Porque!?
 
Um freio brusco novamente,
E de repente é agora...
O desconhecido motorista controla a situação
Todos sorrir... uffa! Ele é bom!
Mais se amanha, o que me ameaça voltar?
Entenderá ele que meu jeito de amar
É essa coisa que não sei explicar?
 
Paro de escrever...
Olho a paisagem correndo...
Observo os desconhecidos...
O silencio se curva diante do som do pneu com o asfalto...
Penso está indo pra casa...
Apenas penso,
Agora já não sei... Algo dói!
 
Queria abraça-lo nesse agora...
Dizer que o amo...
Dizer que independente de tudo o que vivo
E pra ele que busco a perfeição do que sou...
A perfeição do que faço...
Queria prende-lo dentro de mim,
Ou me comportar dentro do grande corpo dele...
Queria... Mais ele não...
 
Silencio...
 
Penso que estou indo pra casa...
Apenas penso,
Um homem de branco vem ate mim,
Escuto alguém chama-lo de Doutor
Apenas escuto... Mais não vejo...
Ele chega perto e  fala alguma coisa que não entendo.
Durmo por horas e de repente acordo.
Penso está no céu...
Tudo é branco, paredes, roupas, camas...
Meu pai cadê?
Minha irmã?
 
De onde vim...
Será que volto a ver o jardim...
Os desconhecidos cadê?
 
Ate aqui??
Porque penso nele nessa hora??
Porque Deus!! Porquê??
Que porcaria de amor é esse que me sangra...
Entristece-me e mesmo assim me ama!?
Eu o amo... Olho ao redor...
Silencio e solidão,
Queria me despedir,
O Doutor não deixa eu partir...
Abro os olhos...
Silencio...
 
Penso que voltei,
Apenas penso...
E lá está ele dentro dos meus pensamentos!
Não quero pensar...
Quero dormir pra sempre e esquecer!
 
Espere!
 
Não chore...
Pois eu  choro por nos, todos os dias...
Do que poderia ter sido e que nunca foi.
Silencio...
Preciso acordar e quando conseguir,
Deixe-me dizer...
Que penso em ti em cada situação.
 
E me abete o medo de não mais saber de ti.
 
Silencio...
Penso e sonho,

(...) Uma vida no campo...
Filhos talvez! (...)

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 29/05/2012
Alterado em 04/06/2012


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