... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

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                       ...Magali Carmo... - 7° dia de Saudade!!
                                     06/12/64 + 13/03/10. 



Peço a Deus que conforte o coração de minha família, principalmente de meu pai e de minha mãe... Peço a Deus, que a dor dessa súbita perda se transforme em saudade que sangre de um jeito bonito, pois nesse agora somente arde e não transborda, lateja... incomoda... Esperaremos a saudade que vindo em lagrimas a banhar sorrisos nos lábios, pela certeza que momentos únicos e eternos ão de viver e pulsar dentro de nossa “brevidade” nessa terra...

Foi-se de nos a, mas divertida, a mais maluca. O alvo de todos os pedidos em resolver qualquer assunto, desde uma simples ida a farmácia à batalhar pela radioterapia de nossa mãe... Quantas vezes brigamos? Quantas vezes tu foste dura comigo e com todos... Mais esse era teu jeito de dizer:- hei! Eu quero falar. Quero dá minha opinião.
Quantas foram às vezes que somente querias ser ouvida? E agora tu te calas para escutar o que todos dizem ao teu respeito... Alma boa, alma gentil, alma sorriso, alma de voz estrondosa, risada escandalosa e carinho sem igual.

Nunca disse “te amo minha irmã”
E hoje me corroe essa tristeza de não ter lhe dito as vezes que dividi contigo segredo somente meu, que hoje levas pra sempre um passado triste enterrado contigo. Foste sim minha confidente em momentos tão nossos... Mais senti falta de ouvir tua voz nos últimos dias. A mesma voz que corre os corredores de nossa casa... As paredes reverberam teus sons, teus gritos, teus sorrisos e tuas lagrimas.

Cabeçudaaaaaaa, porque nos deixastes??
Foste tão serena que nem dor deverias ter sentido, e deixaste pra nos todas elas... O sofrer por ti e por nos... Escolheste ir embora ao lado da mulher mais guerreira de nossa família e não fizeste errado... Ela por ser iluminada precisava entender o teu real significado, sentido!!

Dói saber que não estais mais no meio de nos... Ameniza a dor quando acreditamos que eras um verdadeiro anjo na vida de cada um... Ate mesmo nas brigas, colocavam em duvida nossas atitudes.

Perder uma irmã doe muito muito muito... Mas para o pai doe muito mais... Pra mãe a dor é pior que a dor do parto e pra nos irmão, não conseguimos ainda medi-la direito, só sabemos que é um vazio supremo... Um infinito de qualquer coisa que dá angustia e desespero. Mas que é na fé, na tua fé que cremos que Deus hoje te abraça e que tu choras emocionada por perceber o amor de cada um aqui por ti.

Então minha irmã... Chore abraçada a Deus, chore ao lado de nossos avos e dos entes queridos e amigos que já se foram... Sei que Nazinha ((Nsra. de Nazaré)) enxuga tuas lágrimas com imenso carinho de mãe santificada...

Não se incomode com o nosso choro... Ele passará com as orações, passará nos momentos em que lembraremos que tua força era grande... Nas vontades que tu deixaste....

Choraremos com dor sim, ate o choro vir com saudade que sorrir e faz a face não ser triste, mais serena da mesma forma como que tu partiste, na paz de cristo!!

Iluminada sejas...
Iluminada estejas...
Iluminada és,
Nossa eterna Maga infinita certeza!!!

"" Tu foste digna de entrar na morada do Pai, ele lhe deu a palavra e tu foste salva... E tu vive nele e tu vive na fé que deixaste pra quem fica! ""


Assim seja...
E assim há de ser!

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Perdas Necessárias
Pe. Fábio de Melo


Deixa partir
O que não te pertence mais
Deixa seguir o que não poderá voltar
Deixa morrer o que a vida já despediu
Abra a porta do quarto e a janela
Que o possível da vida te espera
Vem depressa que a vida precisa continuar
O que foi já não serve é passado
E o futuro ainda está do outro lado
E o presente é o presente que o tempo quer te
entregar


Fala pra mim
Se achares que posso ouvir
Chora ao teu Deus se não podes compreender
Rasga este véu do calvário que te envolveu
Tão sublime segredo se esconde
Nesta dor que escurece o horizonte
Que por hora impedem os teus olhos de contemplarem
O eterno presente do tempo
O ausente o presente em segredo
Na sagrada saudade que deixa continuar

Deixa morrer o que a morte já sepultou
Deixa viver o que dela ressuscitou
Não queiras ter o que ainda não pode ser
É possível crescer nesta hora
Mesmo quando o que amamos foi embora
A saudade eterniza a presença de quem se foi
Com o tempo esta dor se aquieta
Se transforma em silencio que espera
Pelos braços da vida um dia reencontrar.




Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 18/03/2010
Alterado em 21/05/2010
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