Autoria: Leon Gustavo Korkes
Ano: 2006. O ébrio e a rosa. Por um momento, não entendia o que se passava. Por segundos, que pareceram uma eternidade. Seu corpo dançava, cercado de calor e risadas Sua alma planava e seus risos cortavam o ar pesado. Tudo era simples, simples como um final de tarde Felicidade... Era isso, o que no momento ele tinha. Seus pensamentos, desconexos, à ele eram lúcidos Seus sentimentos, dispersos, estavam focados. Ele tinha se achado... E estava ali, perdido. Em meio à tantas antíteses... Ao redemoinho de sensações contrárias... À loucura reinante Surge a rosa, triunfante... E era óbvia, vermelha... E era bela. E tudo, então, voltou-se à ela. Ele a segurava... E nada mais importava. Desejou possuí-la, desejou preenche-la. Queria morar nela, estar em seu coração... Pois ela era tão bela, perfeita, singela. E complexa, como coisas assim normalmente o são. O ébrio mordeu a rosa. A rosa mordeu o ébrio. Não sabia-se mais, quem mordeu quem. Ele, agora, pertencia à ela... E ela, era dele também. Por segundos, que pareceram uma eternidade... Divagou sobre a poesia das coisas, até que enfim... A realidade atingiu-lhe a fronte, em um terremoto. Olhou para a rosa, beijou-lhe a face, guardou-a em seu coração E lembrou-se do copo. L>K Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 20/02/2010
Alterado em 07/06/2010 |