Se um dia a vida minha voz calar,
Todas as pedras que juntei durante
Este meu caminhar, falará quem fui.
E então me conhecerá de um jeito diferente!
Até mesmo as verdades se perdem no tempo
E se um dia vida não mais tiver,
Hei de me perder em teu pensamento,
Em um momento qualquer!
Sinto-me brisa, vento incessante,
Mudo de lugar a cada instante,
Nada me prende, nem mesmo a febre demente,
Que trago no peito ardente...
Sinto-me no teu colo senhor a flutuar a beira mar,
A brisa de sal sinto no ar...
Mi’alma entregue a ti,
Sei que não me deixarás cair!
Em teu colo vejo uma luz nascer da escuridão
Sinto o vento da vida invadir meu corpo
Quase adormecido pelo cansaço que no peito trago,
Vento que invade meu coração e me desperta então!
Uma lágrima vi nascer em teu semblante senhor,
Não chores por mim meu Deus,
Sou filho teu, meu corpo, meu ser é instrumento teu,
Fazei de mim uma mensagem de amor e paz nesta hora!
Faça de mim um ser melhor,
Dê-me a chance de ser criança
Com pureza em mi’alma e saúde restabelecida,
Pois neste caminho preciso com meus pés andar;
Para que possa caminhar na areia,
E ao olhar para trás ter a certeza que não estou só,
Que tu me perdoou, e nova chance me deu...
Meu coração então, se encheu com amor teu!
Não me permita fechar os olhos agora,
Pois o arco-íris estou suas cores estudando,
Já que não há melhor cura que descobrir que
Sou mais uma criatura deste teu lugar!
Desejo caminhar, oh pai!
Caminhar com meus próprios pés,
Necessito descobrir vida e beleza nas coisas simples;
Coisas que só se enxerga quando nus falta luz de vida!
Se amanhã a vida minha voz calar,
Meus escritos em dores e felicidades
Hei de ficar, e no tempo relembrar!