... Expressividade ...

"Decifra-me mas não me conclua, eu posso te surpreender! - Clarice Lispector

Textos


Era uma quinta-feira, à tarde em Belém estava agradável, o céu vermelho se despedindo do sol que aos poucos se ia com a vagareza de poder fitar a lua que no mesmo céu que ia surgindo... Toda angustia que havia no peito do Cecília, foi aumentando e tomando proporções enormes que a fez sair sem rumo. Colocou o carro na estrada e saiu em direção em a um lugar encantado, onde o silêncio poderia ser quebrado pelas ondas que beijavam a areia com intensidade da maré cheia. A bela e gloriosa Lua, no céu sentia-se bela e irradiava brilho e luz em qualquer um que fitava e admirava.
Cecília aproximou-se da areia, sentou-se de frente ao mar e contemplou todo aquele momento bom. Fechou os olhos, e pediu a doce lua um encantamento de felicidade e de ternura, neste momento Cecília, sentiu seu corpo arrepiar... Sua pele estremecer, a brisa ficou gelada na pela a bater. Pensando ser alguém, abriu seus olhos com espanto e ao olhar ao redor... Hum espanto! A bela lua veio com ela sentar ao lado a fim de ver de perto o brilho daquele olhar apaixonado.
– Porque sofres oh moça bela, tanto tenho te acompanhado em minhas noites, tantos foram os recados que levei ao teu amante? Tantos foram os sorrisos que vi brotar no rosto dele, simplesmente quando me via, pois era de ti que ele lembrava e pensava como tu estarias. Não chore minha menina, o amor é um grande desencontro... Mas saiba que ele continua te amando mesmo distante.
– Oh bela lua, como sabes que ele ainda me ama? Diga-me com sinceridade, pois tenho me sacrificado para esquecê-lo por acreditar que ele não gostou do meu beijo. -
– Oh menina tola, ele te ama com nobreza, sinto seu coração palpitar com fúria e desejo todos os momentos que recorda quando a mim olha e a ti enxerga!
Menina boba que tu fostes... Acreditou em todos, menos no homem que te amou com pureza, mesmo não te dando o que merecias no momento, mais tu o mandaste embora. E junto o sol te queimou, pois a ele tu ofereceste um sol de amor eterno e verdadeiro, e hoje sofres por seres tão boba e infantil!
– Poderei eu amada Lua, fazer algo que ainda possa merecer tal graça em voltar a ser feliz com meu eterno amado?
– Oh menina bela, o tempo é cruel aos apaixonados, hoje ele vive desencantado, mas cheio de encantos doados... Muitas estrelas o acompanham, nenhum com teu brilho, mais um rei não morre sozinho. Mas saiba que tu vives nele e sei que ele vive em ti...
Um dia irão se encontrar menina bela, os ponteiros irão se acertar... ou mais silencio será dado no olhar. Mas a intensidade do amor vivido foi muito forte aos olhos do sol e aos meus, pois sabemos que ambos ofereceram o sol e a lua como sinônimo de amor...
O eclipse de amor já ocorreu com o encontro necessário entre vocês. Mas o mundo conspira ao amor com pureza, o homem sente medo de um amor dado sem interesse... Ainda haverá outro eclipse menina bela... Por favor, não chore... esse amor é belo, é puro, é sincero... teu amado sabe disso, e por ti pede todos os dias que sejas feliz!
Seja feliz menina, me olhe sempre com ternura, pois tenha a certeza que teu amado ao me ver é em ti que ele pensa e me diz... – CUIDE DELA PRA MIM, OH AMIGA LUA!!! 



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Agradeço ao querido e amado poeta Vincent Benedicto,
pela revisão do meu texto.. e pelos retoques dados com carinho de sempre!!!
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Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 29/05/2006
Alterado em 21/05/2010


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