Nossa ultima vez...
Parece que sempre sou a ultima, a saber, que teus olhares buscam novos horizontes sem ver... Incomoda-me essa mania divina de percorrer por essa estrada da ousadia sem a menor medida de querer se afirmar para sentir o gosto do poder nos lábios... Mais sou sempre a primeira, a saber, pelos urubus qual a carniça que deixou um forte cheiro no ar e incomodou águias que voam sob teu lar... No desejo que existia no meu ser, hoje se esfria no correr dos dias e se acalma no correr das horas, pois sei lá... Acho que cansei de viver de faz de conta. Hoje quando acordei, olhei tudo ao redor e nada é conhecido... Não foi sonho, tudo é novo inclusive teus gestos, teus desejos, teus sorrisos. Hoje, acordei e da porta da varanda descalça, com robe preto sob o corpo nu, com a xícara de café na mão contemplei teu sono... A respiração calma, o corpo inerte, os braços cruzados abraçando o travesseiro como se fosse meu ventre... Observei e pensei o quão feliz poderia ter sido se eu te amasse hoje, como eu amava ontem... Sentei-me no chão, e ainda com a xícara nas mãos, deixei meu pensamento voar... ir longe, fechei meus olhos e deixei a historia de nós repassar por entre meus pensamentos e de repente senti teus dedos em meus lábios dizendo, “” bom dia flor do dia... O que tanto pensas sentada no chão com a xícara nas mãos...””. Nada falei, apenas mergulhei no mar dos olhos que via além de minha íris, via minha alma minha angustia... Aproximei-me e debrucei-me sob teu colo e chorei... Fizemos um amor calmo, no chão do quarto uma doação de como namorados que se amam pela primeira vez e no exato momento de teu gozo, descobrir era nossa ultima vez... Hoje a chuva veio durante todo o dia... E você lá me olhando e dialogando com meu silencio e o respeito que tens por mim, nesses momentos é sublime e verdadeiro... Meu amante, meu companheiro, meu menino, meu homem, meu amigo... Hoje fui a ultima a entender o quanto de você ha em mim e nada de mim em você... Hoje fui a primeira a entender o poder de se desapaixonar sem dor... Sem mágoas, sem rancor... Não me pergunte por que os sinos dobram, pois meus sentidos estão atrapalhados e há outro homem entre eu e você... Hoje, encontrei o amor... Mais caminho só, prefiro assim, Mais se for pra ser... Será um dia sem fim! Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 20/04/2009
Alterado em 21/05/2010 |